Nesta semana, uma denúncia de um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das duas maiores organizações criminosas do Brasil, mostrou que existia um plano para sequestrar e matar o senador da República, Sergio Moro (União). Em um país sério, esta denúncia seria tratada como um escândalo da maior gravidade, com grandes consequências policiais. Mas estamos falando de Brasil.
Logo após a deflagração de uma operação da Polícia Federal sobre a denúncia, Moro sobe ao palanque do Congresso Nacional, agradece às forças de segurança, afirma que já havia sido informado do plano em janeiro pelo Ministério Público… e critica o presidente Lula (PT) por uma fala dada em uma entrevista sobre “se vingar” de Moro, afirmando que isso poderia incentivar a violência contra ele e sua família.
Lula errou (e muito feio) com essa fala, mas quando há um plano, com provas, de que uma organização criminosa para matá-lo por suas ações como juiz e ministro da Justiça, Moro não pode acusar alguém que nada tem a ver com a situação.
O problema é que Lula consegue piorar ainda mais a situação! Lula afirmou que está “visível” que o plano seria uma “armação” de Moro. Ora, provas foram coletadas e mostram que o plano existe. Segundo a juíza da 9ª Vara Federal de Curitiba Gabriela Hardt, que autorizou as prisões e buscas e apreensões, as provas indicam que “atos criminosos estão efetivamente em andamento” em Curitiba.
No Brasil fraturado de hoje, tudo é motivo para ilações sem o menor receio de consequências. Tudo pode, está tudo liberado. Não deveria, mas esse é o sentimento com a política atual brasileira.