Caso registrado nesta segunda-feira deixou uma professora morta e quatro feridos; atentado se soma a um histórico de episódios de violência em instituições de ensino
O Globo – Um relatório apresentado pela equipe de educação da última transição de governo contabilizou 35 mortes em ataques a escolas até 2022. O documento, datado de dezembro de 2022, aponta que 72 pessoas ficaram feridas em 16 episódio do gênero, contados a partir do início dos anos 2000. O mais recentes destes aconteceu na manhã desta segunda-feira, em São Paulo, e deixou uma pessoa morta e outras quatro feridas.
Batizado de “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”, o relatório aponta que quatro desses ataques aconteceram no segundo semestre de 2022.
No atentado desta segunda, com uma faca, um adolescente de 13 anos feriu as vítimas dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, que fica no bairro da Vila Sônia, na Zona Oeste da capital paulista. Ele foi apreendido pela Polícia Militar.
Veja outros casos:
Monte Mor (SP): Em fevereiro, um adolescente, de 17 anos, foi apreendido após arremessar uma bomba caseira pela janela em uma escola de Monte Mor, também em São Paulo. A bomba chegou a explodir no vaso sanitário, mas não houve feridos. O garoto estava com uma machadinha e trajava roupas pretas, além de exibir uma suástica – símbolo nazista – no braço. Ele caminhava em direção das escolas Municipal Vista Alegre e Estadual Professor Antônio Sproesser. O menino foi ex-aluno da unidade atacada, mas deixou a instituição há alguns anos.
Aracruz (ES): em novembro do ano passado, três pessoas morreram e 11 ficaram feridas em dois ataques a duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo. Os ataques aconteceram na Escola Darwin, da rede particular, e na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti. Vídeos obtidos pelo GLOBO mostram quando o atirador desce do carro, abre o portão correndo e entra no pátio. A imagem do lado de dentro mostra uma funcionária fugindo.
Quando entra da escola, o atirador primeiro vira para o lado direito e faz um disparo, ainda correndo. Em seguida, ele para e atira novamente. Depois, corre para o fundo da unidade de ensino. De acordo com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do estado, coronel Márcio Celante, o assassino portava uma pistola semiautomática e estava de roupa camuflada, rosto coberto com uma máscara e vestia colete à prova de balas.
Vitória (ES): Um ex-aluno, de 18 anos, invadiu a Escola Eber Louzada com facas, bombas caseiras, três bestas, flechas e coquetel molotov, em fevereiro do ano passado. O ataque deixou uma pessoa ferida. Quando foi detido, ele fez referência a outro terrorista em massa, da Rússia.
Barreiras (BA): O autor do ataque era um aluno de 15 anos e usou um revólver do pai, um subtenente aposentado. Além da arma, ele invadiu a escola cívico-militar Eurides Sant’anna, em Barreiras, na Bacia do Rio Grande, extremo oeste da Bahia, também com uma faca. Ele chegou a anunciar o atentado, que culminou na morte de uma jovem cadeirante, nas redes sociais, horas antes.
Morro do Chapéu (BA): Um aluno de 13 anos ateou fogo na Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, onde estudava, na cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, na Bahia. A Polícia Civil baiana afirmou que o estudante entrou na escola e atirou explosivos caseiros do tipo coquetel molotov, que causaram as chamas.
Sobral (CE): Em outubro do ano passado, um aluno de 15 anos atirou em três estudantes de uma escola pública em Sobral. Um deles morreu. O autor do ataque disse à polícia que sofria bullying e usou uma arma registrada em nome de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) que era seu familiar.
Mesquita (RJ): No ano passado, um aluno levou um galão de gasolina para a escola, jogou o produto na entrada da sala e ateou fogo com um isqueiro. O jovem ainda fechou a porta da sala, mas não houve feridos.
Ilha do Governador (RJ ): Três alunos da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, no Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, foram esfaqueados em 6 de maio do ano passado, por um colega dentro da unidade de ensino. Além das vitimas com ferimentos leves, o agressor também se machucou nas mãos. O agressor era um adolescente 14 anos que atacou duas colegas de classe pelas costas e um outro aluno da mesma turma que tentou defender uma delas.