Para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Judiciário e Executivo vivem momento de “paz e harmonia” na gestão Lula
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante uma entrevista para a revista Veja, falou sobre as relações institucionais da Corte com o novo governo eleito, que completa 100 dias à frente do país nesta segunda (10).
Para Mendes, os quatro anos de gestão Bolsonaro (PL) foram marcados por conflitos, inflados pelo próprio governo, que incitava a população através de manifestações públicas, deixando claro um populismo do antigo governo. Com isso, o diálogo entre Judiciário e Executivo ficou muito na defensiva.
“O primeiro ponto é que nós passamos, de certa forma, durante o governo Bolsonaro, por um processo de conflitos muito animados, com aquelas motociatas, o 7 de setembro, que tinham em mira o Tribunal. Desde o começo já se falava de enfrentamentos em relação às urnas eletrônicas, com o TSE, a Justiça Eleitoral. Isso tudo fez com que o diálogo fosse muito defensivo. E com isso o Tribunal teve que tomar atitudes muito mais claras”, disse o ministro.
Com o novo governo, porém, a situação mudou de figura. Gilmar Mendes afirma que, durante o governo Lula (PT), o Supremo e o Executivo vivem um “momento de paz e harmonia”, citando que o que foi vivido no governo Bolsonaro foi uma “situação de anormalidade”.
“Agora não temos mais isso. Estamos vivendo um momento de paz e harmonia nessa relação. O AGU (Advogado-Geral da União) vai até o Supremo, despacha, continuamos a decidir coisas. Do ponto de vista institucional estamos vivendo um momento de normalidade. O que vivemos, de alguma forma, no governo Bolsonaro foi uma situação de anormalidade que não tínhamos visto em todos os anos da Constituição de 1988”, completou