A tentativa do ex-mandatário de fazer o “presente” da Arábia Saudita entrar de maneira ilegal no Brasil levanta fortes suspeitas de vários crimes.
A investigação da tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de trazer ao Brasil joias no valor de R$ 16,5 milhões, sem pagar impostos à Receita Federal e incorporando-as diretamente ao seu patrimônio pessoal, pode comprovar irregularidades por parte do ex-presidente.
Em entrevista para a revista Veja, Gilmar Mendes comenta sobre o caso, apesar de não querer se pronunciar com detalhes, pois ainda é um processo que está sob investigação, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal expõe sua opinião.
Deveria haver uma flexibilidade por parte da presidência com relação a esses presentes, se seriam para o Estado ou para o acervo pessoal do chefe de Estado?
“Eu tinha uma ideia de que isso já estava regulado, em algum momento, pelo menos enquanto passei pela presidência do supremo, nós recebíamos lembranças e coisas do tipo, que normalmente deixávamos no acervo do tribunal.”
A devolução é uma confissão de culpa?
“Parece-me que é algo de irregular, porque do contrário, se isso me pertence, estamos quites e não temos nenhum problema.” O ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de achar absolutamente normal se apossar de um estojo com centenas de milhares de reais em joias, se contradiz ao devolver as mesmas.
Há um código de ética para essas situações, ao qual o ex-presidente descumpriu totalmente, Gilmar acrescenta “diante do escândalo envolvendo esse episódio, é bom que isso fique explicitado…” e finaliza “transitar o presente, a lembrança, às escondidas, tudo isto é algo extremamente preocupante e muito ruim para a nossa imagem no exterior”.
As investigações estão em andamento.