O ANTAGONISTA | Documentos da Operação Venire apontam para a existência de uma estrutura criminosa que atuou em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e para a tentativa de um golpe de Estado. Nesta quarta-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes (foto, ao centro), do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou público os documentos que estavam sob sigilo.
“A investigação ainda constatou tratativas para execução de um Golpe de Estado e possível tentativa de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito envolvendo o investigado Ailton Gonçalves Moraes Barros e pessoas ainda não identificadas”, diz um trecho do processo.
Ailton Gonçalves é advogado e militar da reserva. Conforme apuração da PF, ele teria atuado na inserção de dados falsos no sistema ConectSus em nome de Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso na operação de hoje.
“As demais possíveis falsificações teriam vindo em sequência. A investigação identificou a constituição de uma associação criminosa para consecução de um fim comum, qual seja, a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde, em benefício de várias pessoas ligadas ao círculo próximo do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e do seu então chefe da Ajudância de Ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid da Ajudância de Ordens da Presidência da República, e do médico Farley Vinicius Alcantara, sobrinho de Luis Marcos dos Reis. Em seguida, a sociedade criminosa teve a incorporação do militar Eduardo Crespo Alves, que tentou, por intermédio de terceira pessoa ainda não identificada, inserir os dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde para emissão do certificado vacinal”, diz trecho da investigação.