ESTADÃO | Brasília e São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 8, a indicação de Gabriel Galípolo, atualmente seu secretário executivo, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Para a outra diretoria vaga do BC, a de Fiscalização, a escolha do governo foi Ailton Aquino, atual chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira, ligado à diretoria de Administração do BC.
Os nomes, que ainda têm de ser confirmados no Senado, já estavam circulando para assumir cargos na autoridade monetária. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ida de Galípolo para o BC faz parte de uma intenção do governo de ir mudando a autarquia por dentro, diante das divergências com a atual liderança de Roberto Campos Neto. Aquino, que já foi auditor chefe do órgão, é bem avaliado, conhecido por posições técnicas, internamente. Caso confirmado pelo Senado, Aquino será o primeiro diretor negro do BC.
Para o cargo de Galípolo na secretaria executiva da Fazenda, Haddad escolheu Dario Durigan, que já trabalhou com ele como assessor especial na prefeitura de São Paulo e atualmente é chefe de políticas públicas do Whatsapp no Brasil. Segundo Haddad, Galípolo vai continuar despachando da Fazenda até a deliberação do seu nome pelo Senado.
De acordo com o ministro da Fazenda, a primeira vez que ouviu o nome do secretário-executivo Gabriel Galípolo como possibilidade de indicação para o Banco Central foi do próprio atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. “Eu estava no G20, na Índia, fomos almoçar juntos (Haddad e Campos Neto), e foi a primeira pessoa que mencionou a possibilidade de o Galípolo ir para o BC, no sentido de entrosar as equipes do BC e Fazenda”, afirmou o ministro, ao ser questionado sobre a reação do mercado à indicação de Galípolo para a diretoria de Política Monetária do BC.
Haddad lembrou que Galípolo já foi presidente de banco – o secretario presidiu o Banco Fator – e é um nome conhecido dos economistas. Disse ainda que Galípolo tem bom trânsito no Congresso e que tem feito negociações com o Parlamento, sendo co-autor de todas as políticas públicas endereçadas ao Congresso.