Estadão | O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai contratar uma empresa para instalar 62 mil grades de proteção na Esplanada dos Ministérios e nos Palácios da Alvorada e Planalto. Alinhados, os alambrados somam 124 quilômetros de extensão, o que equivale a uma distância superior ao trecho de deslocamento de São Paulo a Santos – cidades separadas por 85 km.
O “cercadão” de Lula é bem superior ao do seu antecessor. Jair Bolsonaro também mandou colocar grades na frente de prédios públicos em Brasilia, mas em menor quantidade. O número é quase o dobro do que havia no primeiro ano do antecessor do petista. E 35% maior do que a quantidade de grades contratadas no ano passado.
A lista de compras do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ainda inclui 1 quilômetro de estruturas para “barricada de contenção de público” e outros 6 quilômetros de tapume para fechar áreas de segurança. O custo estimado da contratação soma R$ 986 mil.
O uso de grades de proteção alterou a paisagem de Brasília nos últimos anos. Antes aberto para que o público pudesse se aproximar, o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) foi cercado pelas barreiras. O mesmo ocorreu com a Praça dos Três Poderes e o Congresso. O Planalto também passou a ter proteção física, além do espelho d’água.
Agora, o GSI pretende usar as milhares de grades para proteger os palácios e as residências oficiais da Presidência, como o Alvorada e o Jaburu, onde moram, respectivamente, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O material pode ser usado até mesmo fora do complexo presidencial. A proposta é que seja utilizado “onde haja a possibilidade de ocorrência de intensas aglomerações ou manifestações com potencial oferecimento de risco aos bens e às autoridades a serem protegidos”.
“A previsão de realização de eventos em Brasília, em decorrência de visitas de Chefes de Estado e/ou de Governo, atividades políticas ou em decorrências de prováveis manifestações implicam na necessidade de emprego de alambrados disciplinadores, visando elevar a capacidade de segurança a ser proporcionada, em todos os níveis e para todas as autoridades que se necessite proteger”, diz a justificativa do edital de contratação.
O GSI, que passou por troca de comando e instabilidade interna recentemente, argumenta ser necessária a contratação de mais de uma centena de quilômetros de barreiras protetoras por causa da previsão de manifestações em Brasília, onde estão localizados os principais prédios da administração pública federal.