Estadão | O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski pode se tornar uma das testemunhas da CPI do MST. O deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) apresentou nesta sexta-feira, 19, um requerimento de convocação de Lewandowski para que ele se explique por ter elogiado o Movimento dos Sem Terra durante visita à Escola Nacional Florestan Fernandes, em 11 de fevereiro, em Guararema (SP).
Na ocasião, o ministro defendeu “uma visão de mundo comum”. “Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna”, afirmou. “Ser democrata é ser um lutador em torno da participação do povo”, disse. De acordo com o requerimento de Gaspar, o ministro enalteceu a organização do centro de formação do MST: “Visitando a escola do MST, percebi do que é capaz o povo organizado. A escola é um exemplo disso”.
Questionado pelo Estadão, Lewandowski disse que não comentará o pedido e aguardará uma eventual convocação. O requerimento à CPI diz que o comportamento de Lewandowski foi “contraditório” e demanda esclarecimentos sobre as “recentes invasões de terras produtivas ocorridas em diversas regiões do País”. Na ocasião, ele ainda era ministro da Corte, que deixou em 11 de abril.
“Enquanto ministro do STF, cabia a ele guardar e preservar a Constituição em sua totalidade. Foi, para dizer o mínimo, contraditório zelar pela garantia constitucional do direito à propriedade e se irmanar em evento de organização, cujos coordenadores que têm por objetivo a invasão de propriedade privada”, escreveu o deputado do União Brasil.