Estadão | O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 1º, por 51 votos sim e 19 não, a Medida Provisória 1.154/23 – houve ainda uma abstenção. O texto-base analisado garante a estrutura de 37 ministérios em operação desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Restavam menos de 12 horas para que o projeto de lei de conversão, aprovado ontem à noite pela Câmara dos Deputados, conseguisse o aval dos senadores antes que a MP caducasse. Caso contrário, o organograma de Lula perderia a validade, devolvendo ao Executivo federal a estrutura do governo Bolsonaro.
Registraram presença na sessão 74 dos 81 senadores. Ficaram de fora Carlos Portinho (PL-RJ), Eduardo Gomes (PL-TO), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Alan Rick (União-AC), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), Daniella Ribeiro (PSD-PB) e Ivete da Silveira (MDB-SC), os quatro últimos de partidos aliados ao governo. Entretanto apenas 71 senadores votaram de fato.
Nesta quarta-feira, 31, a discussão do assunto foi extensa na Câmara dos Deputados. A sessão começou às 11 horas, mas a votação de fato só teve início à noite. Nesse meio tempo, Lula convocou uma reunião de emergência e ordenou a liberação de emendas e cargos, como revelou a Coluna do Estadão. O petista também teve um encontro presencial com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para driblar a crise. Ao todo, foram liberados R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares para conquistar o placar de 337 votos favoráveis, 125 contrários e 1 abstenção.
A desarticulação política do governo Lula com o presidente da Câmara e líderes da Casa pôs em risco a estrutura do Executivo federal. Coube a Lira anunciar que havia uma insatisfação generalizada entre os deputados e articular entre os lados envolvidos. Agora, ele avisa que a Casa não fará mais “sacrifícios” pelo governo.