ESTADÃO | Uma embarcação pesqueira naufragou na costa de Santa Catarina na noite de sexta-feira, 16, horas após um ciclone extratropical passar pelo Rio Grande do Sul e parte do litoral sul catarinense. As informações recebidas pela Delegacia da Capitania dos Portos em Laguna até agora indicam que havia ao menos doze tripulantes.
As buscas foram iniciadas por volta das 21h30 pela Capitania dos Portos, mas ainda não foi feito resgate. O naufrágio ocorreu nas imediações da Ilha do Coral, nas proximidades de Garopaba e Laguna, litoral sul catarinense. No Rio Grande do Sul, o fenômeno já havia causado enxurradas e deslizamentos, com 5 mortos e ao menos 11 desaparecidos.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, diante do fato de o acidente ter ocorrido a uma distância grande da costa, só a Marinha tem embarcações adequadas para percorrer alguns dos possíveis pontos do acidente.
Antes do naufrágio, ainda conforme os bombeiros, a embarcação havia passado duas informações, uma automática do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite e outra informando para onde pretendiam se deslocar para pescar. Como a distância entre esses dois pontos é de 129 quilômetros, Marinha e bombeiros trabalharão em áreas diferentes. A embarcação e o helicóptero dos bombeiros atuam perto da região de Garopaba.
Na quinta-feira, 15, a Marinha do Brasil emitiu um alerta de vento forte para o perímetro de toda a costa do Rio Grande do Sul até Laguna, no litoral sul de Santa Catarina. O aviso de rajadas é válido até este sábado, 17.
Além disso, na terça-feira, 13, também foi publicado um alerta de ressaca, com ondas de até 3,5 metros, para a área que abrange todo o litoral gaúcho até Florianópolis. É válido até este sábado, 17.
A passagem do ciclone deixou ao menos cinco mortos no Rio Grande do Sul, nos municípios de São Leopoldo, Gravataí e Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, e Maquiné, no litoral norte. Ainda são realizadas buscas por 11 desaparecidos em Caraá, no litoral norte, e Maquiné.
Mais de 2,3 mil pessoas precisaram ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros de residências, unidades de saúde e outros espaços. A corporação registrou mais de 1,5 mil ocorrências.
A Defesa Civil do Estado emitiu um alerta para risco de deslizamentos e inundações diante das cheias dos Rios Caí, Sinos, Gravataí e Guaíba. Moradores de diferentes cidades estão desabrigados, desalojados e ilhados. O funcionamento de serviços públicos, escolas e eventos também foi interrompido, suspenso ou afetado.
Na noite de sexta-feira, o governo Eduardo Leite (PSDB), disse que a prioridade é “encontrar os desaparecidos e salvar pessoas que possam ainda estar ilhadas por causa das inundações”. “Paralelamente a isso, vamos avaliar os danos em pontes, estradas e moradias para que possamos atuar na recuperação destas estruturas”, completou em postagem em rede social.
Em Santa Catarina, a passagem do ciclone também impactou em diferentes municípios no litoral sul. Um dos mais afetados foi Praia Grande, onde moradores ficaram ilhados por mais de 18 horas até serem resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, ao menos 60 dos desalojados foram encaminhados para um ginásio local.