O GLOBO | O médico Dale Molé, condecorado veterano da Marinha dos Estados Unidos, revelou o que teria acontecido nos trágicos momentos finais dos cinco passageiros do submersível Titan. Segundo o ex-diretor de medicina submarina e saúde de radiação da Marinha americana, as mortes teriam sido rápidas e indolores, devido às forças extraordinárias exercidas pelo oceano nas profundezas. As informações são do DailyMail.com.
— Teria sido tão repentino, que eles nem saberiam que havia um problema ou o que aconteceu com eles. É como estar aqui um minuto, e então o interruptor é desligado. Você está vivo em um milissegundo e no próximo milissegundo você está morto — explicou Molé ao DailyMail.com.
A tripulação estava a mais de 3 km abaixo da superfície do oceano, o que teria gerado mais de 2,5 mil kg de pressão por polegada quadrada de pressão. A minúscula embarcação que transportava a tripulação era protegida por uma câmara de pressão, uma cápsula selada que mantém a pressão interna significativamente maior que a pressão ambiente, um sistema de gás pressurizado para controlar a pressão interna e um suprimento de gás respiratório para os ocupantes.
— O casco de pressão é a câmara onde residem os ocupantes. Parece que eles chegaram ao fundo quando o vaso de pressão implodiu e, geralmente, quando cede, é de uma só vez — disse o médico.
Segundo ele, evidências indicam que o cilindro de fibra de carbono cedeu e resultou na implosão. No entanto, ainda não está claro como a câmara de pressão foi rompida. Uma das hipóteses é que a implosão tenha ocorrido devido a um vazamento, falha de energia ou um pequeno incêndio causado por um curto-circuito elétrico.
Isso teria resultado em uma implosão violenta e instantânea quando a água de alta pressão do lado de fora inundou o submersível, arrancando a tampa traseira, estrutura de aterrissagem e rasgando o casco do submarino, esmagando os que estavam dentro.
— Eles teriam despedaçado — diz Molé.
— Pelo menos na profundidade do Titanic, que é de 4 mil km, a pressão externa seria de 6 mil libras por polegada quadrada. É aquela pressão que, se houvesse uma fraqueza no casco, faria com que o casco desabasse e de repente criasse uma onda de choque. Uma implosão certamente pode ser tão destrutiva quanto uma explosão — completou.
De acordo com a Scientific American, se o submersível estivesse perto do Titanic, teria experimentado uma pressão mais alta do que uma grande mordida de tubarão branco. Nicolai Roterman, um ecologista de águas profundas da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, concorda que se tal implosão tivesse ocorrido, a pressão teria matado os ocupantes quase instantaneamente.
— Se houvesse qualquer tipo de quebra no casco, os ocupantes sucumbiriam ao oceano em um instante.