O Antagonista | O advogado Eduardo Pedro Nostrami Simão, responsável pela defesa do ex-diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, descartou a possibilidade de uma delação premiada e disse acreditar que, no decurso das investigações, o próprio delegado da Polícia Federal entenderá que não há motivo para a prisão do seu cliente.
“Delação é coisa de bandido e Silvinei é um sujeito do bem. Para começar é pobre, né, e isso aí já diz muito sobre ele”, afirmou o advogado em entrevista a O Antagonista sobre o ex-diretor da PRF que recebe aposentadoria de pouco mais de R$ 18 mil brutos.
Nostrami afirmou que o depoimento desta quinta-feira transcorreu de forma tranquila, apesar de Silvinei ter apresentado um pico de pressão alta e recebido atendimento médico na sede da PF. Segundo ele, o ex-DG “atuou com galhardia”, sanou todas as dúvidas do delegado e explicou todos os detalhes da operação realizada pela corporação no segundo turno das eleições de 2022.
“Mas teve uma situação muito grave ali. Nós anexamos vários documentos, um inquérito paralelo, que não foram juntados. Tem três meses que pedimos isso. São mais de 300 documentos, pelo que eu me lembro. Se esses documentos tivessem sido juntados a prisão não teria saído. Eu perguntei ao delegado se era má-fé do servidor, que me explicou que quando juntam muitos documentos é feita uma checagem para ver se o sujeito não está juntando capa de jornal para fazer volume e atrapalhar o serviço”, disse o advogado, que considera que o erro custou a prisão de uma pessoa inocente.
Nostrami afirmou que Silvinei insistiu que os bloqueios foram uma operação padrão, sem nenhum excesso e direcionamento para o Nordeste, e sem intenção de prejudicar o presidente Lula no segundo turno. Ele acrescentou, ainda, que as estatísticas da própria PRF podem confirmar a informação.
“Claro que a gente tem as nossas preferências políticas, eu mesmo já votei no Lula. Quando o Lula foi eleito eu coloquei a foto dele no papel de parede do computador, emocionado. Ele [Silvinei] teve a opção política dele e provavelmente já deve ter votado no PT no passado, mas ele nunca me falou isso”, afirmou o advogado.