O Antagonista | A juíza federal Tanya S. Chutkan, responsável por um dos quatro casos criminais envolvendo o ex-presidente americano Donald Trump (foto), marcou para março de 2024 o julgamento sobre sua atuação durante a invasão do Capitólio, antes das eleições presidenciais marcadas para o ano que vem. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (28) e atende parcialmente o desejo dos procuradores a serviço do governo federal, que pediram para o caso ser julgado em janeiro do ano que vem.
A defesa de Trump queria que o caso ficasse para, ao menos, 2026. Tal pedido acabou ignorado pela juíza, responsável pelo distrito da capital federal.
O ex-presidente entre 2017 e 2021 é réu na acusação de conspiração, ao atuar durante protestos que culminaram com a invasão de republicanos radicais ao Capitólio dos EUA, em 6 de Janeiro de 2021. Buscando impedir a diplomação de Joe Biden como presidente dos EUA (após vitória contra Donald Trump), apoiadores do candidato republicano marcharam pela capital e invadiram a sede do poder Legislativo, onde se dava o processo de reconhecimento da votação.
Ele chegou a discursar para manifestantes, cobrando que estes “tomassem de volta o país”. A acusação contra o ex-presidente é uma das mais sérias das quatro que pesam contra si—isso porque, além do caso contar com fartas provas produzidas pelo governo de Joe Biden e uma comissão do Congresso americano, Trump pode ver em risco sua candidatura a um segundo mandato a partir de 2025. Poucas coisas impedem uma pessoa de assumir um cargo nos Estados Unidos, e conspirar contra o governo, como o caso que o tribunal debaterá, é um deles.
Ele ainda responde a outro caso sobre a sua tentativa de reverter a eleição no estado da Geórgia, em um caso na justiça estadual (e onde ele, caso eleito, não pode dar um indulto a si mesmo). Ainda não há data para julgamento, mas sua foto criminal já se tornou histórica.
Em maio de 2024, ainda antes das eleições presidenciais de novembro, Trump responderá nas cortes federais da Flórida sobre a retirada de mais de 13 mil documentos sensíveis da Casa Branca, que ele não deveria ter acesso após deixar a Presidência. No primeiro e menor dos casos, ele ainda será julgado pela justiça de Nova York por pagar com dinheiro de campanha pelo silêncio de uma atriz pornô, com quem ele teve relações em 2005.