O Antagonista | O general Carlos José Penteado (foto), ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse nesta segunda-feira (4) que o general da reserva Gonçalves Dias, também conhecido como G. Dias, ‘reteve’ informações enviadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os atos de 8 de janeiro.
Em depoimento à CPI dos Atos Democráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o ex-número 2 da pasta afirmou que as ações previstas pelo plano escudo teriam impedido as invasões das sedes dos três Poderes, em Brasília, caso a Coordenação de Análise de Risco tivesse tido acesso ao teor dos alertas.
“Todas as ações conduzidas pelo GSI no dia 8 de janeiro de 2023 estão diretamente relacionadas a retenção pelo ministro G. Dias dos alertas produzidos pela Abin, que não foram disponibilizados oportunamente para que fossem acionados todos os meios do plano escudo. Neste ponto, é necessário destacar que se a Coordenação de Análise de Risco tivesse acesso ao teor dos alertas encaminhados ao general Gonçalves Dias pelo diretor da Abin, senhor Saulo Moura, as ações previstas pelo plano escudo teriam impedido a invasão do Palácio do Planalto”, disse.
“No âmbito do GSI, os alertas produzidos pela Abin não chegaram ao meu conhecimento, tampouco ao responsável pela execução da segurança do Palácio do Planalto e, tampouco, ao secretário de segurança e coordenação presidencial”, acrescentou.
Responsável pela segurança dos palácios presidenciais, Penteado ocupava a secretaria executiva do GSI no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ele foi exonerado do cargo em janeiro deste ano.
Carlos José Penteado foi substituído pelo também general Ricardo José Nigri.