Durante um encontro matinal com jornalistas no Palácio do Planalto na sexta-feira (27 de outubro), o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações contundentes sobre o conflito em andamento em Gaza e expressou preocupações sobre as ações de Israel na região.
Lula criticou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por aquilo que ele descreveu como uma “insanidade” destinada a encerrar o território palestino de Gaza. Ele destacou as consequências humanitárias de tais ações, enfatizando que Gaza não é apenas um local onde militantes do Hamas estão localizados, mas também um lar para mulheres e crianças.
O ex-presidente reafirmou a posição do Brasil, afirmando que o país não considera o Hamas uma organização terrorista. Ele explicou que a postura do Brasil está alinhada com as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Embora o país siga a posição da ONU, o Brasil não considera o Hamas um grupo terrorista. No entanto, os recentes ataques do Hamas a Israel foram condenados e rotulados como ações terroristas.
À medida que a situação humanitária em Gaza se agrava, Lula tem sido cada vez mais crítico em relação à resposta de Israel ao Hamas. No início da semana, durante uma conversa ao vivo, Lula questionou as ações de Israel, sugerindo que milhões de pessoas inocentes não deveriam sofrer devido às ações de um grupo terrorista.
O ex-presidente também usou a reunião matinal para abordar a questão do poder de veto mantido por certos países, incluindo os Estados Unidos, no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil havia proposto recentemente uma resolução que foi apoiada por 12 dos 15 votos e recebeu duas abstenções. Lula expressou firmemente sua oposição ao poder de veto, argumentando que nenhum país ou grupo de países deve ter a capacidade de vetar decisões no conselho.
Lula declarou: “Sou totalmente, radicalmente contra isso (poder de veto); isso não é democrático. Esta semana, os Estados Unidos vetaram a Rússia, e a Rússia vetou os Estados Unidos. Tivemos dois votos de países com direito a veto, China e França, e duas abstenções de países com direito de veto, Rússia e Inglaterra, e os americanos assumiram a responsabilidade pelo que fizeram. Paciência, mas nossa posição é clara: não há apenas um lado culpado ou um único culpado; todos sabem.”
Lula concluiu enfatizando o compromisso do Brasil em promover a paz diante de conflitos internacionais. Ele afirmou que o papel do Brasil é apoiar aqueles que buscam a paz e o entendimento, em vez de tomar partido em conflitos.