O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, do Partido Socialista, entregou seu cargo nesta terça-feira (7) após a Procuradoria-Geral da República portuguesa anunciar que ele é alvo de uma investigação relacionada a um suposto esquema irregular de exploração de lítio e de hidrogênio verde envolvendo o governo do país. A decisão de Costa veio após a polícia portuguesa realizar operações de busca e apreensão em sua residência e em ministérios, como parte das investigações em curso.
António Costa anunciou sua renúncia em pronunciamento ao país, enfatizando que não participou das irregularidades investigadas e que sua consciência está tranquila. Embora a legislação portuguesa não exija a renúncia de um primeiro-ministro sob investigação, Costa considerou que uma investigação desse tipo não condiz com a função de chefe de governo e optou por renunciar voluntariamente.
A investigação está em andamento e corre de forma independente no Supremo Tribunal de Justiça de Portugal. O nome de António Costa surgiu nas investigações, e a Procuradoria-Geral da República alega que outros suspeitos afirmaram que o primeiro-ministro interveio para desbloquear operações supostamente irregulares relacionadas à exploração de lítio e à produção de energia a partir de hidrogênio verde.
A investigação se concentra em três projetos diferentes, incluindo concessões de exploração de lítio em minas em Montealegre e Boticas, bem como um projeto para uma central de produção de energia a partir de hidrogênio na cidade de Sines e a construção de um datacenter, também em Sines, pela empresa Start Campus. A busca por evidências incluiu a realização de 42 mandados de busca e apreensão, abrangendo ministérios, empresas e indivíduos envolvidos nos projetos.
Repercussões Políticas:
A renúncia de António Costa tem implicações significativas na política portuguesa, uma vez que ele cumpria seu terceiro mandato à frente do governo. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou sua renúncia, mas até o momento, não convocou novas eleições nem dissolveu o Parlamento. Esta decisão afetará o cenário político do país nos próximos meses.