O candidato libertário à presidência da Argentina, Javier Milei, voltou a fazer críticas ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamando-o de comunista e afirmando que não se reunirá com ele caso seja eleito. Essa não é a primeira vez que Milei ataca Lula, e suas declarações têm gerado controvérsia, especialmente devido à importância das relações entre Brasil e Argentina na América Latina.
Durante uma entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly, Milei foi questionado sobre sua opinião a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva, ao que ele prontamente respondeu: “comunista”. O jornalista então perguntou se ele considerava Lula um corrupto, e Milei afirmou: “Óbvio, por isso foi preso”. Quando questionado se teria um encontro com o ex-presidente brasileiro, Milei respondeu “não”. Essa postura intransigente em relação a Lula não é nova, já que o candidato da coalizão “A Liberdade Avança” havia chamado Lula de comunista anteriormente, logo após o convite da Argentina para integrar o Brics, um grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na época, Milei declarou que não aceitaria a entrada da Argentina no Brics caso fosse eleito, e que não se reuniria com comunistas, incluindo o Brasil e a China.
É importante ressaltar que, embora Milei seja crítico de Lula, ele não defende o rompimento das relações diplomáticas ou comerciais entre Brasil e Argentina. Sua visão é de que o Estado não deve regular essas relações, deixando os empresários e produtores brasileiros e argentinos conduzirem os negócios por conta própria. Durante a entrevista com Bayly, Milei afirmou que, do ponto de vista de um possível chefe de Estado, seus aliados seriam os Estados Unidos, Israel e o “mundo livre”.
Além disso, em uma entrevista ao jornal argentino LN+ no domingo, 5, Milei acusou o presidente brasileiro de interferir na campanha presidencial argentina. Essa acusação reflete a tensão e a rivalidade que algumas declarações e atitudes políticas têm gerado entre Argentina e Brasil nos últimos tempos.
As declarações de Javier Milei, que representa uma abordagem libertária na política argentina, têm levantado discussões sobre a dinâmica das relações entre os dois maiores parceiros comerciais da América Latina, Brasil e Argentina. A retórica política e as posturas adotadas pelos líderes políticos de ambos os países podem ter impactos significativos na cooperação econômica e diplomática na região.