O garimpo ilegal na Terra Indígena Baú, em Altamira, Pará, principal rio na região do Xingu, está causando sérios danos ambientais e impactando a saúde dos indígenas Yanomami. Segundo o dossiê “Garimpo: um mal que perdura no Xingu”, publicado pelo Instituto Socioambiental (ISA) e Rede Xingu+, o garimpo ilegal expandiu sua área de atuação em 12,7 mil hectares nos últimos anos, sendo 82% dessa área em locais de proteção.
A pesquisa destaca o aumento de 221% do garimpo na bacia do Xingu entre 2012 e 2021, sendo os municípios de São Félix do Xingu e Ourilândia do Norte os principais responsáveis por esse crescimento. A invasão garimpeira está causando desmatamento, contaminação de rios e impactos sociais nas terras indígenas, comprometendo a segurança alimentar e a saúde dos povos locais.
A TI Baú, habitada pelos indígenas Yanomami, enfrenta problemas como águas contaminadas, coceiras na pele, e a destruição da fauna e flora devido à extração ilegal de ouro. O garimpo deixa resíduos tóxicos, como o mercúrio, que contaminam a água e afetam a ictiofauna, principal fonte de alimentação das populações locais.
O estudo aponta para a insuficiência das operações de fiscalização, destacando que a presença temporária das equipes não impede que as áreas voltem a ser invadidas após a saída dos órgãos de controle. A atuação garimpeira observada não se trata de extrações artesanais, mas sim de grandes áreas destruídas com o uso de maquinários por uma rede criminosa.
O governo do Pará afirmou que vem intensificando ações de comando e controle e que mais de 50 garimpos ilegais já foram encerrados no estado. No entanto, o dossiê destaca a necessidade de ações mais efetivas e contínuas para conter o avanço do garimpo ilegal na região do Xingu.