A Agência Regulatória Norte-Americana Food and Drug Administration (FDA) anunciou nesta sexta-feira (10) a aprovação da primeira vacina contra a chikungunya, denominada Ixchiq, desenvolvida pelo grupo Vanlneva, uma produtora de vacinas da Áustria. A vacina é de dose única e indicada para pessoas com 18 anos ou mais que residem em regiões expostas ao vírus, incluindo o Brasil, onde a chikungunya se tornou uma preocupação significativa nos últimos anos.
A versão aprovada da vacina contém uma forma viva e enfraquecida do vírus chikungunya, visando estimular uma resposta imunológica eficaz. Vale destacar que o Instituto Butantan, no Brasil, tem uma parceria com a produtora Vanlneva, fortalecendo a possibilidade de acesso da vacina ao território brasileiro.
Embora a vacina ainda precise passar pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, o Instituto Butantan informou ao G1 que planeja submeter o pedido de aprovação no primeiro semestre de 2024. A aprovação da vacina é um passo significativo no enfrentamento da chikungunya, uma doença que tem afetado diversas regiões do país desde sua chegada há dez anos.
Situação da Chikungunya no Brasil:
Desde sua introdução no Brasil, a chikungunya tem se espalhado rapidamente, atingindo 60% dos municípios brasileiros. A doença, transmitida pelo mesmo mosquito Aedes aegypti responsável pela dengue e pelo zika vírus, causou sete surtos no país, atingindo seu pico nos primeiros meses do ano, especialmente durante o período de chuvas.
Até meados do primeiro semestre deste ano, foram registrados 53 mil casos prováveis de chikungunya no Brasil, representando um aumento preocupante de 98% em comparação com o mesmo período de 2022. A região Sudeste lidera em incidência, com 42,6 casos prováveis por 100 mil habitantes.
Impacto da Vacina:
A aprovação da vacina pela FDA representa uma esperança renovada na luta contra a chikungunya. A imunização eficaz pode não apenas proteger os indivíduos de uma doença potencialmente debilitante, mas também contribuir para a redução da transmissão do vírus, aliviando o fardo sobre os sistemas de saúde.
O desenvolvimento e a aprovação de vacinas específicas para doenças transmitidas por mosquitos são cruciais para enfrentar os desafios contínuos de saúde pública associados a essas infecções. A expectativa é de que, com a aprovação da Anvisa no Brasil, a vacina Ixchiq possa se tornar uma ferramenta valiosa na prevenção e controle da chikungunya no país.