Uma reportagem explosiva publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo trouxe à tona um escândalo envolvendo o atual Ministro da Justiça, Flávio Dino. O periódico revelou que assessores de Dino se encontraram em duas ocasiões com Luciane Barbosa Farias, conhecida como a ‘Dama do Tráfico Amazonense’, supostamente vinculada ao Comando Vermelho e esposa de Clemilson dos Santos Farias, líder da organização criminosa.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública admitiu que Luciane foi recebida por secretários de Flávio Dino, mas afirmou que ela integrava uma comitiva, tornando “impossível” a detecção prévia de sua presença pelo setor de inteligência. Os encontros ocorreram dentro do prédio do ministério, com participação de dois secretários e dois diretores da pasta.
Luciane Barbosa Farias é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, apontado como o ‘criminoso número um’ na lista de procurados pela polícia do Amazonas até ser preso em dezembro passado. O casal foi condenado por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Enquanto Tio Patinhas cumpre pena de 31 anos no presídio de Tefé (AM), Luciane aguarda julgamento em liberdade.
Em meio a essas revelações, Flávio Dino alega desconhecimento das audiências e defende que nunca recebeu líderes de facções criminosas em seu gabinete. Em uma declaração no antigo Twitter, o ministro de Lula afirmou: “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete.”
Contudo, as alegações do ministro enfrentam crescente escrutínio, com críticos questionando a falta de conhecimento sobre a presença de Luciane, considerada uma figura vinculada ao crime organizado. A controvérsia em torno desses encontros ressalta a importância da transparência e prestação de contas, especialmente no contexto de um cargo tão crucial quanto o de Ministro da Justiça e Segurança Pública.