A trajetória de Endrick, o jovem atacante de 17 anos que conquistou seu lugar na seleção brasileira, é marcada não apenas por gols e vitórias, mas também por um episódio doloroso que ressoa até hoje em sua memória: o racismo. Em uma entrevista exclusiva ao ge, Endrick revelou ter sido vítima de ofensas racistas aos 9 anos de idade, enquanto jogava em Brasília.
“Racismo é uma coisa forte. É difícil para nós falarmos. É triste ver isso. Eu sofri, sim, quando tinha 9 anos em Brasília”, compartilhou o atacante. Ele descreveu o incidente durante um jogo em que fez o gol da virada. “Os pais dos garotos do outro time começaram a me chamar de macaco, fazer gestos obscenos. De pequeno, eu não sabia. Minha tia foi na polícia, fez o boletim de ocorrência, mas não deu em nada.”
Endrick, agora mais experiente e representando a seleção brasileira, refletiu sobre como lidou com essa experiência traumática na infância. “Quando fiquei sabendo, deixei nas mãos de Deus. As pessoas que fazem isso com Vini ou que fazem na Libertadores, que acontece bastante também, Deus vai pesar a mão, fazer o que for preciso para essas pessoas melhorarem ou vai acontecer algo pior quando Ele voltar.”
O jovem jogador lamentou a persistência do racismo no futebol, uma realidade enfrentada por muitos atletas em todo o mundo. “É triste ver que isso ainda acontece, mesmo nos dias de hoje. O futebol deveria ser um espaço de união e respeito, mas o racismo persiste como uma sombra que paira sobre o esporte”, declarou Endrick.
Apesar do impacto emocional de tal experiência, o atacante enfatizou sua determinação em não se deixar abalar por atitudes discriminatórias. “Não vou me abalar com isso, vou seguir de cabeça erguida. Se eles fizerem, eles vão ficar bravos porque eu não vou me irritar, vou ficar tranquilo.”
Endrick, com sua maturidade precoce, não apenas encara os desafios do futebol, mas também se torna uma voz contra o racismo, inspirando outros a resistirem e acreditarem em um futuro mais igualitário dentro e fora dos gramados.