Na última terça-feira (21), um sargento e um soldado da Polícia Militar de Alagoas foram presos sob suspeita de transgressão militar no desdobramento de uma ocorrência de suposta violência doméstica envolvendo o médico João Antônio Holanda Caldas, conhecido como Dr. JHC, e sua noiva, a dentista Isadora Martins, em Maceió. O Boletim Geral Ostensivo, ao qual o g1 teve acesso, detalha que os militares foram detidos em “flagrante transgressional” por agirem “mal intencionalmente ou por falta de atenção durante o serviço”, permitindo que “um militar de folga, lotado na Assessoria Militar da Prefeitura de Maceió, retirasse Isadora do local da ocorrência”. Dr. JHC é irmão do atual prefeito da capital alagoana, JHC (PL).
A ocorrência teve início quando Isadora acionou a Polícia Militar na noite de sábado (18), relatando uma briga do casal. No entanto, ao prestar esclarecimentos na Central de Flagrantes, a dentista negou ter sido agredida ou ameaçada, descrevendo o incidente como um mal entendido.
O Boletim de Ocorrência da Polícia Civil revela que a PM foi chamada via Copom por volta das 22h25 do sábado para atender a um caso de violência doméstica em um apartamento na Jatiúca. A ocorrência foi registrada na Central de Flagrantes, no bairro do Farol, após a meia-noite, quando Isadora foi ouvida no local.
A Prefeitura de Maceió foi questionada pelo g1 sobre se o militar de folga havia recebido ordens para comparecer à ocorrência. A resposta foi que a prefeitura não monitora atividades de servidores nos dias de folga. A Associação dos Militares do Estado de Alagoas (AMEAL) publicou uma nota de apoio aos policiais após a prisão dos dois PMs.
Um processo administrativo disciplinar simplificado foi aberto na Corregedoria Geral da PM-AL para investigar se o sargento e o soldado, ambos do 1º Batalhão, tentaram impedir ou retardar o registro da ocorrência feito pela noiva do médico. Essa investigação será crucial para entender os detalhes do ocorrido e garantir a transparência e responsabilidade no serviço policial.
O caso destaca a sensibilidade e complexidade envolvida em situações de violência doméstica e a importância de uma resposta eficaz das autoridades para garantir a proteção das vítimas. O desdobramento do processo administrativo disciplinar será aguardado com atenção pela sociedade, assegurando que todos os elementos sejam devidamente considerados na busca por justiça.