O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), tomou a decisão de não comparecer à posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, mesmo após receber um convite formal em carta entregue pela futura chanceler do governo Milei, Diana Mondrino. Segundo fontes ouvidas pela CNN, Lula optou por não ir não apenas para evitar desgastes políticos, mas também para preservar as relações entre Brasil e Argentina.
O convite de Milei para a posse, que também foi estendido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou especulações sobre a dinâmica das relações diplomáticas entre os países da América do Sul. Enquanto Bolsonaro não revelou publicamente sua decisão, Lula tomou uma posição clara de não participar do evento que marca a ascensão de Milei ao cargo presidencial argentino.
Segundo interlocutores do presidente, a escolha de Lula de não comparecer à posse de Milei está vinculada à intenção de evitar possíveis desgastes e tensões que poderiam surgir em um evento político de tal magnitude. Ainda não há uma definição se Lula telefonará para Milei para parabenizá-lo pela eleição, uma cortesia que foi estendida por Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, após a vitória de Milei.
O convite para a posse de Milei destaca a busca pela construção de pontes entre os líderes sul-americanos, independentemente de suas diferenças ideológicas. No entanto, o posicionamento de Lula reflete uma cautela em manter as relações bilaterais entre Brasil e Argentina em um contexto em que as divergências políticas podem se tornar polarizadas.
No domingo (26), a visita surpresa da futura chanceler do governo Milei, Diana Mondrino, ao Brasil, trouxe consigo a carta do presidente eleito argentino para Lula. Na correspondência, Milei expressa o convite para a posse e menciona a importância da construção de pontes entre os países vizinhos.
A ausência de Lula na posse de Milei destaca a complexidade das relações políticas na América do Sul, marcadas por ideologias distintas e dinâmicas geopolíticas em constante evolução. O Brasil observa atentamente o desenrolar desses eventos, enquanto líderes da região tomam posições que refletem não apenas suas agendas internas, mas também as dinâmicas regionais em jogo.