O Exército brasileiro tomará medidas para reforçar a segurança na região da fronteira com a Venezuela, enviando 28 veículos blindados e uma nova tropa composta por até 150 homens. A decisão surge em meio a uma escalada de tensões relacionada à disputa territorial entre Venezuela e Guiana, focada em Essequibo, uma extensa área que atualmente está sob administração guianense e possui grandes reservas de petróleo.
A necessidade de intensificar a presença militar na fronteira foi justificada por uma fonte do Alto Comando Militar, revelando que a medida tem como objetivo evitar que o conflito entre Venezuela e Guiana atinja o território brasileiro. A fonte destacou que a intenção é enviar uma mensagem clara de que o Brasil não permitirá o uso de seu território para operações relacionadas ao conflito.
“A ideia é mandar uma mensagem de que nosso território não pode ser usado para nenhum tipo de operação”, declarou a fonte ao blog da Julia Duailibi.
A recente escalada de tensões teve origem no plebiscito promovido pelo governo de Nicolás Maduro, que resultou na aprovação da anexação de Essequibo pela Venezuela. Uma incursão terrestre da Venezuela na Guiana, para concretizar essa anexação, passaria necessariamente pelo território brasileiro, dada a localização geográfica dos países envolvidos.
Os 28 veículos blindados, juntamente com a nova tropa, têm previsão de chegada à região nas próximas semanas, reforçando a presença militar brasileira na fronteira.
A disputa por Essequibo remonta a mais de 100 anos e envolve extensas reservas petrolíferas, estimadas em 11 bilhões de barris. A Guiana, impulsionada pelo boom petrolífero, tem experimentado um notável crescimento econômico nos últimos anos. Tanto a Guiana quanto a Venezuela reivindicam direitos sobre o território com base em documentos internacionais, aumentando a complexidade da questão.
A Venezuela realizou um referendo no qual 95% dos eleitores presentes votaram a favor da incorporação de Essequibo ao mapa venezuelano. No entanto, o governo venezuelano não é obrigado a executar o resultado do referendo, e permanece incerto qual estratégia será adotada pelo regime chavista diante dessa disputa territorial. A região acompanha com atenção os desdobramentos dessa tensão geopolítica.