Estadão | O libertário Javier Milei tomou posse neste domingo, 10, como presidente da Argentina para um mandato de quatro anos com o desafio de solucionar uma profunda crise econômica e construir alianças para garantir sua governabilidade.
Em seu discurso, o novo presidente disse que “não há dinheiro”, é preciso fazer “um tratamento de choque”, porque “não há espaço para o gradualismo”, prometeu um “forte ajuste nas contas públicas” e disse que recebeu a “pior herança de um governo na história”.
Ele entrou no prédio do Congresso Nacional pouco antes do meio dia, onde assinou o livro de juramento com seu bordão, “Viva la libertad, carajo!”, e recebeu o mandato presidencial de Alberto Fernández. Sua vice, Victoria Villarruel recebeu o cargo de Cristina Kirchner.
Seus apoiadores tomaram as ruas próximas ao Congresso Nacional da Argentina, onde ocorreu a cerimônia de posse, e vibravam e agitavam bandeiras da Argentina ao ouvir Milei defender a expansão dos serviços privados e corte nos serviços públicos.
Seu discurso, que até então era um segredo conhecido apenas por seu círculo mais próximo, repetiu jargões de campanha e do pronunciamento de vitória em novembro. Desta vez, no entanto, o libertário focou em apontar o que será sua “herança” do governo anterior. “Muito se fala da herança que vamos receber. Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que está recebendo nós”.
De fato, segundo economista, Milei receberá uma inflação três vezes maior do que os dois governos anteriores. Uma situação que se assemelha apenas a 2001, quando a crise do corralito provocou a fuga do presidente argentino Fernando de Lá Rua em um helicóptero da Casa Rosada, e uma sequencia de cinco presidentes em 12 dias.