O recém-empossado presidente da Argentina, Javier Milei, tomou uma decisão controversa ao revogar um decreto sobre nepotismo que estava em vigor desde o governo de Mauricio Macri, em 2018. O texto anterior proibia a nomeação de pessoas com qualquer relação até o segundo grau com funcionários do governo com categoria de ministros. Após a revogação, Milei nomeou sua própria irmã, Karina Milei, como secretária-geral da Presidência da nação.
A medida chama a atenção pela aparente contradição entre a revogação do decreto antinepotismo e a nomeação de um familiar para um cargo-chave no governo. A ação de Milei levanta questionamentos sobre a coerência de suas promessas de campanha e o comprometimento com a transparência e a ética na administração pública.
Mauricio Macri, autor do decreto agora revogado por Milei, aliou-se ao presidente recém-empossado no segundo turno da campanha, contribuindo para a vitória do candidato ultraliberal. No entanto, a nomeação de Karina Milei coloca em destaque as escolhas do novo presidente e as implicações éticas de sua administração.
Além da polêmica em torno do nepotismo, Javier Milei oficializou no último domingo (10) os nomes que comporão seu gabinete, cumprindo a promessa de campanha de reduzir o número de ministérios. Em uma cerimônia fechada, foram nomeados nove ministros, em comparação aos 18 do governo anterior. O presidente recuou da proposta inicial de ter apenas oito pastas, mantendo o Ministério da Saúde, anteriormente anunciado como secretaria.
A decisão de realizar o juramento dos ministros em particular foi tomada pelo próprio Milei, segundo informações da imprensa argentina. Os nomeados para compor o gabinete são:
- Guillermo Francos – Interior;
- Diana Mondino – Relações Exteriores;
- Luis Petri – Defesa;
- Luis “Toto” Caputo – Economia;
- Guillermo Ferraro – Infraestrutura;
- Mariano Cúneo Liberona – Justiça;
- Patricia Bullrich – Segurança;
- Mario Russo – Saúde;
- Sandra Pettovello – Capital Humano.
As definições ocorreram na Casa Rosada, após Milei ser cumprimentado por líderes internacionais e delegações estrangeiras. A cerimônia seguiu a posse oficial no Congresso Nacional, onde Milei recebeu o bastão e a faixa presidencial de Alberto Fernández. Em seguida, o presidente fez uma caminhada em direção à Catedral Metropolitana, onde participou de celebrações religiosas, encerrando o dia com um evento de gala no Teatro Colón.