O Antagonista | O Japão iniciou o ano com um forte terremoto que causou alterações significativas na geografia da península de Noto. O abalo sísmico de magnitude 7,6 na escala Richter provocou o deslocamento da região em cerca de 250 metros. Imagens compartilhadas no X —antigo Twitter—ressaltaram as mudanças substanciais nas áreas impactadas, revelando faixas de areia recém-formadas e locais que antes estavam submersos, agora completamente secos.
Epicentro próximo à cidade de Anamizu
Localizado a 42 km da cidade de Anamizu, na prefeitura de Ishikawa, o epicentro do terremoto levou as autoridades a emitirem um alerta para o risco de um tsunami com ondas de até cinco metros de altura. Dada a profundidade de 10km em que ocorreu o tremor, o risco de danos era aumentado.
“Durante uma investigação de campo ao longo da costa noroeste da Península de Noto, encontramos evidências em 10 locais, de Kaiso a Akasaki, de elevação costeira cossísmica relacionada ao terremoto da Península de Noto, O padrão de elevação costeira cossísmica estimada parece estar diminuindo para o sul de Kaiso a Akasaki”
A declaração é do Instituto de Pesquisa de Terremotos da Universidade de Tóquio, que publicou uma pesquisa detalhada sobre o evento.
Mais de 20 abalos secundários registrados
Além do terremoto principal, mais de 20 abalos secundários de médio porte foram identificados, incluindo um de magnitude 6,2. Apesar de serem menos intensos, esses tremores secundários podem piorar os danos em estruturas já enfraquecidas pelo terremoto principal, aumentando o risco para os moradores da região.
Como resultado do catastrófico terremoto de Ano Novo, mais de 200 pessoas morreram e mais de 100 ainda estão desaparecidas. A destruição também inclui danos a edifícios, incêndios e a queda de infraestruturas na Península de Noto, na ilha principal de Honshu.
Novo terremoto registrado
Nesta terça-feira, um novo terremoto de magnitude 6,0 abalou a região central do Japão, atingindo a costa do Mar do Japão. Isso intensificou os tremores na mesma parte do país que já havia sido atingida pelo terremoto anterior.
Com quase 30 mil pessoas ainda alojadas em abrigos governamentais e sem abastecimento adequado de comida, água e aquecimento, a situação é ainda mais crítica. Além disso, quase 60 mil casas estão sem água e 15.600 estão sem eletricidade. A situação foi agravada pelos mais de mil deslizamentos de terra causados pelas chuvas recentes.
Primeiro-ministro mobiliza esforços para auxílio
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro Fumio Kishida instruiu seu gabinete a “fazer esforços para resolver o isolamento das comunidades e continuar as atividades de resgate”. Kishida também ordenou a evacuação para outras regiões distantes da área atingida pelo terremoto.
O Japão, um dos países mais sismicamente ativos do mundo, vive uma luta constante com os danos causados por terremotos. No entanto, a magnitude e os efeitos do terremoto de Ano Novo demonstram a colossal força da natureza diante da qual até mesmo um país preparado pode se encontrar desprotegido.
Apesar da destruição e dos desafios, o Japão mostrou ao longo de sua história uma resiliência ímpar para se recuperar dessas catástrofes e, sem dúvida, mais uma vez, mostrará força e determinação em face dessa tragédia.