O Antagonista | Reportagem da revista Crusoé assinada por Rodrigo Oliveira mostra que a “matemágica” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), começou a ruir mais cedo do que o esperado.
Ao divulgar estimativas equivocadas e lançar mão de estratagemas ao estilo da nova matriz econômica, o governo não engana ninguém e põe em risco o crescimento da economia do país.
“Em 2023, primeiro ano do governo Lula 3, Haddad apresentou pelo menos duas metas de déficit diferentes e vai encerrar o período muito acima de ambas. No primeiro semestre, o matemágico previu cerca de 50 bilhões de reais de déficit. No segundo semestre, dobrou a meta negativa para 100 bilhões de reais. Agora, se sabe que o déficit das contas públicas deve ficar perto de 230 bilhões de reais.
E os perigos não param por aí. Há outras bombas-relógio preparadas pelo governo Lula. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, está sendo reconduzido ao papel de megafinanciador com juros subsidiados, inclusive para obras no exterior. A recém-anunciada Nova Política Industrial trabalha com a velha lógica dos créditos camaradas.
O presidente do BNDES Aloízio Mercadante apresentou a ilusão durante a reunião mais recente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, CNDI. ‘O BNDES quer emitir títulos para financiar a indústria. Isso não vai afetar a dívida pública’, afirmou o petista. De fato, a dívida contraída pelo banco de fomento não será computada na dívida pública. Em vez de receber aportes dos cofres da União (que permanecem, no entanto, como garantidores últimos de todo o negócio), o BNDES vai competir com o Tesouro Nacional na captação de recursos no mercado. Por que isso não é tão bom quanto parece?”