Argumento de aliados de Bolsonaro é de que as pesquisas subestimaram o apoio ao presidente
Logo após o fim da votação nas eleições neste domingo (2), aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputará o segundo turno contra o ex-presidente Lula (PT), afirmaram que o procurador-geral da República, Augusto Aras, deverá abrir uma “ampla investigação” contra os institutos de pesquisa que medem as intenções de voto.
O argumento utilizado pelos apoiadores do mandatário é que as empresas subestimaram o apoio à Bolsonaro, que recebeu 43,20% dos votos, contra 48,43% de Lula.
A avaliação no QG bolsonarista é a de que, mostrando projeções com o petista bem à frente de Bolsonaro, os institutos teriam atuando como parcialidade nos meses que antecederam à eleição e influenciado o voto dos eleitores. De acordo com aliados de Bolsonaro, a PGR deve “mergulhar a fundo” na investigação para apurar criminalmente a atuação dos institutos.
À CNN, representantes das empresas disseram, em caráter reservado, que o resultado final da eleição mostrou que uma combinação de fatores: a não captação do eleitor de Bolsonaro somado à possível migração do eleitorado de Ciro Gomes (PDT), que terminou em quarto lugar, com 3,04% dos votos válidos, para o presidente da República.
Há a avaliação também de que algumas metodologias erraram mais do que outras por conta da ponderação por renda. Parte das empresas usa dados não atualizados, por exemplo, do que seria a população mais pobre no país. Os representantes dos institutos dizem também que pesquisas são sempre “diagnósticos” e não “prognósticos” e, por mais que nenhuma empresa tenha acertado os 4,5% de diferença entre Lula e Bolsonaro, todos acertaram as tendências.