Para pedetista, Forças Armadas não devem acompanhar apuração de urnas; TSE nega que tenha acordo diferenciado com corporação
Poder 360 – O ex-governador do Ceará e candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta 2ª feira (12.set.2022) que uma apuração paralela das urnas eletrônicas pelas Forças Armadas igualaria o Brasil a “republiquetas” governadas por “tiranetes ou ditadores corruptos“.
“Quando você começa a dar prevalência a determinados grupos e que a Constituição não atribui a eles essa responsabilidade, você vai se igualando a essas republiquetas que são guiadas e dirigidas por tiranetes ou ditadores corruptos, como a Nicarágua e a Venezuela. Isso vai se transformando para nós do Brasil“, disse Ciro, durante palestra no CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), em São Paulo.
“Isso [apuração paralela das urnas por militares] vai nos transformando gradualmente naquilo que o preconceito internacional chama de ‘República de Bananas”, afirmou.
Segundo o ex-governador, o papel das Forças Armadas é a defesa nacional. “O que tem a ver Forças Armadas acompanhando apuração de urnas? Infelizmente, é isso. O Bolsonaro apodrecendo as instituições brasileiras. Lamentavelmente“, disse.
Apuração paralela das Forças Armadas
Ainda na manhã desta 2ª feira (12.set), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou, em nota, a informação de que as Forças Armadas ou qualquer outra entidade fiscalizadora participariam de uma apuração paralela nas eleições de 2022. Segundo o Tribunal, a realização da apuração dos votos é “competência constitucional da Justiça Eleitoral“.
Confira a nota divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral nesta 2ª feira (12.set.2022) às 9h55:
“O Tribunal Superior Eleitoral informa, em relação à apuração das eleições 2022, que não houve nenhuma alteração do que definido no primeiro semestre, nem qualquer acordo com as Forças Armadas ou entidades fiscalizadoras para permitir acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização do pleito eleitoral pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral.
O TSE reitera informação amplamente divulgada em junho passado sobre a contagem de votos, a partir da somatória dos BUs, ser possível há várias eleições e que para o pleito deste ano, foi implementada a novidade de publicação dos boletins de urnas pela rede mundial de computadores, após o encerramento da votação para acesso amplo e irrestrito de todas as entidades fiscalizadoras e do público em geral.
Independentemente dessa possibilidade, como ocorre há diversas eleições, qualquer interessado poderá ir às seções eleitorais e somar livremente os BUs (boletins de urnas) de uma, de dez, de trezentas ou de todas as urnas”