“A Procuradoria passou a ser literalmente sabotada por centenas de representações baseadas em meras notícias de jornais previamente plantadas”, revelou Augusto Aras
BSM – Nesta sexta-feira (2), o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, divulgou em seu canal no Youtube trechos de três entrevistas que concedeu a jornalistas mineiros em que denuncia o “uso do sistema judicial para fins políticos” e diz que a Procuradoria “passou a ser literalmente sabotada por centenas de representações baseadas em meras notícias de jornais previamente plantadas”.
A sabotagem seria resultado da prática ilegal do que é conhecido no mundo jurídico como “fishing expedition” (pesca predatória).
“Era uma prática muito comum há algum tempo, mas continua ainda comum em alguns espaços públicos, de um indivíduo não gostar de você e começar a investigar sua vida e inferir de um ato que possa ter várias interpretações, a pior de todas”, explica Aras.
O PGR diz que a Procuradoria é obrigada a analisar cada uma das representações que chegam, o que consome tempo e recursos. O grande volume de ações sem lastro jurídico tem prejudicado, segundo Aras, o combate “às verdadeiras organizações criminosas”.
“Essas pessoas ao agirem assim, além de agirem contra a lei e cometerem crimes distintos, inclusive de abuso de autoridade, estão desservindo à Justiça. Não posso admitir fishing expedition porque se eu fizer isso o Estado e seus agentes que dispõem de tecnologias, de armas e de outros equipamentos poderão estar, em vez de protegendo do cidadão, perseguindo o cidadão: um pai de família, um trabalhador. Então, nós temos que andar dentro das leis porque este é o nosso pacto nacional”, diz Aras.
Confira os trechos das entrevistas publicados pelo PGR.