É o terceiro presidente da estatal, a maior empresa brasileira, a ser demitido do cargo em pouco mais de um ano. Novo nome ainda precisa de aval de votação no conselho de administração da empresa
Valor Investe – As ADRs (ativos negociados no exterior) da Petrobras recuavam 11,69% das bolsas dos Estados Unidos por volta de 9h34 (de Brasília), ainda no pré-mercado. O derretimento dos ativos acontece nova interferência do governo federal na estatal. É o terceiro presidente da Petrobras, a maior empresa brasileira, a ser demitido do cargo em pouco mais de um ano.
O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou no fim da noite de ontem (23) a demissão de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras. O comando da petroleira será assumido por Caio Mário Paes de Andrade, que chefia a Secretária Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia. Ele também já foi presidente da Serpro, empresa estatal de tecnologia da informação.
Em comunicado oficial, o ministério reforçou o “compromisso de respeito à governança da empresa, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Petrobras”. Mas parece que o mercado financeiro não comprou o discurso.
“Benção” de Guedes
O indicado pelo governo federal para ocupar a presidência da Petrobras é um nome de confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Andrade chegou a ter o seu nome ventilado nos bastidores para assumir a presidência da Petrobras no começo de abril, justamente após a demissão do então presidente, general Joaquim Silva e Luna, e antes da nomeação de José Mauro Coelho, demitido na noite desta segunda-feira.
Aval
Na Petrobras, antes de ser eleito presidente, o executivo indicado para o cargo pelo governo precisa ser escolhido conselheiro de administração em assembleia geral de acionistas.
O conselho de administração da Petrobras tem reunião ordinária na quarta-feira (24) e deve aproveitar o encontro para convocar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da companhia que vai se encarregar de fazer nova eleição para o colegiado da petroleira.
Oito dos 11 conselheiros da companhia terão que passar por nova eleição na AGE, que deve ser realizada no fim de junho.