Nesta quarta-feira (6), imagens aéreas registraram o avanço preocupante do solo sobre a mina da Braskem no bairro do Mutange, em Maceió. A área afetada, que já apresentava rachaduras visíveis, agora está cada vez mais encharcada, indicando uma instabilidade significativa no local. A lagoa Mundaú, antes em área seca, também avança sobre a região afetada, intensificando os riscos.
O coordenador do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió, Hugo Carvalho, explicou que o aumento das rachaduras foi perceptível nos últimos dias, e voos diários são realizados para monitorar as mudanças. Desde 30 de novembro até a manhã desta quinta-feira (7), o solo já afundou 1,99 metros, segundo a Defesa Civil.
A velocidade do afundamento varia constantemente, oscilando entre momentos de aceleração e desaceleração. Na segunda-feira (4), o afundamento ocorria a 0,25 cm/h. Na tarde de quarta-feira, esse ritmo subiu para 0,28 cm/h, mas na manhã seguinte, uma nova análise indicava desaceleração, voltando a 0,25 cm/h.
Maceió permanece em estado de alerta para o risco de colapso da mina, que pode resultar em uma imensa cratera afetando não apenas as comunidades locais, mas também a lagoa Mundaú. Em caso de um cenário gradual, o deslocamento do solo continuará de forma lenta até atingir a estabilização.
O peso adicional da água sobre a área instável não é esperado para causar o colapso da mina, mas pode potencializar os problemas existentes. Hugo Carvalho explicou que a cavidade da mina está cerca de 300 metros abaixo do topo, o que minimiza a possibilidade de a água ser o agente deflagrador, mas pode agravar as rachaduras já presentes no entorno.
A mina em questão faz parte das 35 mantidas pela Braskem na região para a extração de sal-gema. A empresa afirma que a área ao redor da mina permanece isolada, e monitoramento constante é realizado.
O impacto dessa situação já dura cinco anos, desde que um tremor de terra causou rachaduras e crateras nas ruas, levando à desocupação de mais de 14 mil imóveis nos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol, afetando cerca de 60 mil pessoas.