O esforço é para trazer a expectativa de inflação de 2023 – projetada em 4% pelo mercado financeiro – para o centro da meta, de 3,25%
CNN – O Comitê de Política Monetária (Copom)do Banco Central prevê uma Selic mais alta que as previsões dos agentes financeiros, bem como por período mais longo. O esforço é para trazer a expectativa de inflação de 2023 – projetada em 4% pelo mercado financeiro – para o centro da meta, de 3,25%.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (21) na a ata da 247ª reunião do Copom, quando foi decidido elevar a taxa básica de juros para 13,25% ao ano.
“A estratégia requerida para trazer a inflação projetada em 4,0% para o redor da meta no horizonte relevante conjuga, de um lado, taxa de juros terminal acima da utilizada no cenário de referência e, de outro, manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período mais prolongado que o utilizado no cenário de referência”, diz o documento.
O cenário de referência utilizado ao longo da reunião extrai as projeções da pesquisa Focus e supõe trajetória de juros que termina 2022 em 13,25% a.a., reduz-se para 10,0% em 2023 e 7,50% em 2024.
Para justificar a última alta da Selic, o Comitê explica que “somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo não asseguraria, neste momento, a convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante”. O próximo ajuste, como já informado pelo BC, deve ser de igual (0,5 ponto percentual) ou menor magnitude.
Desaceleração econômica
Ainda na Ata, o Copom destaca que, apesar do ciclo de aperto monetário corrente ter sido “intenso e tempestivo”, grande parte do efeito contracionista esperado ainda não é sentido sobre a economia por conta das defasagens da política monetária. O mesmo ocorre para o impacto sobre a inflação corrente.
Assim, o Comitê avalia que que a atividade vai desacelerar nos próximos trimestres, já a partir do segundo semestre de 2022, quando os impactos defasados da política monetária se fizerem mais presentes.
“Os dados recentes de atividade doméstica, que suscitaram uma revisão positiva para o crescimento em 2022, ainda refletem, majoritariamente, o processo de normalização da economia após a pandemia, tanto no maior consumo de serviços quanto na utilização do excesso de poupança observado em relação ao precedente histórico, e o estímulo fiscal transitório efetuado no primeiro semestre do ano”, pontua.