Em passeio de moto com apoiadores, presidente criticou decisão da empresa de adiar implementação de novo recurso no Brasil para depois da eleição
Nesta sexta (15), durante motociata em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro reclamou do acordo feito pelo Whatsapp com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que adia para após as eleições os novos recursos da ferramenta de bate-papo.
Na última quinta (14), o Whatsapp anunciou uma série de novas funcionalidades, entre elas, a chamada Comunidades, em que possibilitará que administradores reúnam diferentes grupos sob um só guarda-chuva, ampliando o alcance de mensagens. Atualmente, os grupos de WhatsApp podem ter no máximo 256 integrantes.
Especialistas mostraram preocupação com essa nova funcionalidade, durante uma pesquisa de mercado, pois a ferramenta poderá ser usada para a disseminação de notícias falsas durante a época eleitoral. O aplicativo está presente em 99% dos smartphones no Brasil, segundo levantamento da Opinion Box, e figura como principal fonte de informação dos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Congresso em 2019.
Bolsonaro classificou o acordo como “inaceitável” e que “não será cumprido”, durante um encontro com apoiadores.
“E já adianto. Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido, este acordo que por ventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento”, disse.
A circulação em massa de mensagens com conteúdos falsos, especialmente em ambientes fechados, como o WhatsApp, foi apontada como uma ameaça às eleições de 2018, o que levou autoridades a se mobilizarem para evitar o mesmo cenário este ano.