Presidente distorce proposta já descartada por presidente da Corte sobre uso de camisas da seleção brasileira por mesários, não por demais eleitores
Nesta quarta (28), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que determinará que as Forças Armadas fechem seções eleitorais em que for proibido votar usando roupas verde e amarela. Porém, não existe qualquer tipo de proibição a isso.
Bolsonaro se baseou em uma notícia que dizia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu uma proposta que tratava sobre as vestimentas dos mesários, proibindo-as de trabalhar com a camisa da Seleção Brasileira de futebol. Porém, essa sugestão logo foi descartada pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
— Estou convidando a todos, voluntariamente, votar com a camisa verde e amarelo. O que as Forças Armadas puderem garantir vocês votarem com verde e amarelo vai ser garantido. Vou determinar as Forças Armadas, que vão participar da segurança, qualquer seção eleitoral que for proibido de entrar com a camisa verde e amarelo não vai ter eleição naquela seção.
A lei eleitoral permite que eleitores utilizem camisetas ou outros adereços — como bonés e broches — de seus partidos ou candidatos preferidos. A legislação, contudo, proíbe que servidores da Justiça Eleitoral e os mesários usem “vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido político, de coligação ou de candidato”.
Em uma live, Bolsonaro ainda confrontou Moraes e afirmou que o presidente do TSE temia que o “mundo” visse as imagens do Brasil “indo votar de verde e amarelo” e aparecesse uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, no primeiro turno.
— Estamos numa democracia ou no estado do Alexandre de Moraes? Está com medo do que? Que o mundo vai mostrar imagens do Brasil indo votar de verde e amarelo e qual é a preocupação, Alexandre? É que apareça o Lula ganhando no primeiro turno? — indagou.