Presidente brasileiro deu a declaração instantes após governo confirmar que ele e Biden se encontrarão pela primeira vez durante a Cúpula das Américas, em junho, em Los Angeles.
Nesta quinta (26), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que as relações entre Brasil e Estados Unidos mudaram após a eleição de Joe Biden para o cargo no país norte-americano.
A declaração foi dada em entrevista em Brasília, na qual Bolsonaro também confirmou a ida para Los Angeles em junho, para a Cúpula das Américas, que Biden será o anfitrião. Uma reunião entre Bolsonaro e Biden será realizada.
O chefe de Estado brasileiro disse que estava “propenso” a não ir ao encontro nos EUA, mas mudou de ideia depois de conversar no Palácio do Planalto com o enviado especial para a Cúpula das Américas, Christopher Dodd.
O presidente disse que, na ocasião, reclamou do tratamento recebido da gestão Biden na comparação com o governo do antecessor Donald Trump.
“Eu falei da mudança do comportamento dos EUA para com o Brasil quando o Biden assumiu. Com o Trump estava indo muito bem, tínhamos muitas coisas combinadas para fazer aqui no Brasil — entre outras coisas, explorarmos nióbio agregando valor para o Brasil. Quando entrou o Biden, simplesmente houve um congelamento’, afirmou.
Bolsonaro tem uma relação distante com Biden, já que na eleição de 2020 declarou apoio ao então presidente Donald Trump, derrotado na tentativa de se reeleger. Bolsonaro chegou a afirmar que houve fraude na eleição dos Estados Unidos. Ele e Biden ainda não tiveram uma reunião bilateral.
“Da minha parte, eu não mudei a minha política com ele [Biden]. Encontrei com ele no G-20, passou como se eu não existisse. Isso foi um tratamento para todo mundo por parte do Biden, não sei se é a idade, o que que é, não é? Pelo o que eu vi, foi acertado, terei uma bilateral com ele, eu irei lá fazer valer o que o Brasil representa para o mundo”, acrescentou.
Cúpula das Américas
O objetivo da Cúpula das Américas é reunir os líderes do continente para discutir o fortalecimento da democracia na região.
O governo norte-americano, que organiza a nona edição do encontro, não convidou Nicarágua, Venezuela e Cuba. Como reação, México, Bolívia, Honduras e algumas nações do Caribe anunciaram que não participarão se não forem convidados todos os países do hemisfério.