Se votação acabar em derrota para primeiro-ministro, eleição interna vai procurar sucessor. Festa feita na pandemia resultou no processo
Boris Johnson, Primeiro-Ministro britânico, corre o risco de ser destituído do cargo. O caso acontece após a chamada “Partygate”, em que o premiê e membros do gabinete foram flagrados em festas durante duros lockdowns impostos ao povo da Inglaterra durante a fase mais crítica da pandemia da Covid-19.
54 parlamentares se manifestaram favoravelmente à saída de Boris do cargo. Uma moção de desconfiança será votada nesta segunda (6) entre 18h e 20h (14h e 16h no horário de Brasília).
Graham Brady, presidente do grupo conservador conhecido como Comitê de 1922, anunciou o processo. “Os votos serão contados imediatamente depois. Um anúncio será feito em momento a ser avisado. Os arranjos para o anúncio serão divulgados ainda hoje”, avisou.
Para ficar no cargo por pelo menos mais um ano, Johnson tem que receber os votos positivos de 50% de todos os parlamentares conservadores mais um, totalizando 180. “Esta noite é uma chance de acabar com meses de especulação e permitir que o governo estabeleça uma linha e siga em frente, cumprindo as prioridades do povo”, afirmou um porta-voz do primeiro-ministro, segundo o jornal The Guardian.
Mesmo quem pode se dar bem com a saída de Boris Johnson tem o apoiado. “O primeiro-ministro tem meu 100% de apoio na votação de hoje e encorajo fortemente os colegas a apoiá-lo. Pediu desculpas pelos erros cometidos. Agora devemos nos concentrar no crescimento econômico”, tuitou a secretária de Relações Exteriores, Liz Truss, forte candidata para substituir o atual ocupante de Downing Street.
Mas os opositores batem forte no desrespeito de Johnson aos milhões de mortos pela Covid no mundo todo. Segundo o ex-ministro do Tesouro Jesse Norman, o primeiro-ministro “presidiu uma cultura de violação casual (…) em relação ao Covid”.
A desconfiança de que Boris Johnson pode ter feito pelo menos 12 festas durante o período em que era proibida qualquer tipo de aglomeração no Reino Unido fez com que os próprios ingleses se revoltassem. Agora, uma derrota abre a possibilidade de uma eleição interna para encontrar um sucessor.