A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou à imprensa que o país não terá problemas de abastecimento e que o aumento de preços dos alimentos depende do andamento dos conflitos no Leste Europeu.
Apesar de o Brasil não estar envolvido diretamente no conflito, a guerra na Ucrânia traz preocupações econômicas para a cadeia produtiva brasileira. O Brasil importa cerca de 85% dos fertilizantes que consome, do chamado grupo NPK: nitrogenados (N), fósforo (P) e potássio (K). No caso do potássio e dos nitrogenados, a dependência externa chega a 95%. As sanções financeiras que vêm sendo aplicadas a Moscou, por conta da invasão à Ucrânia, devem atingir as exportações de fertilizantes para o Brasil.
Segundo Tereza Cristina a pasta procura maneiras de mitigar os impactos da falta de fertilizantes, buscando alternativas para o país. O plano A é ir atrás de outros parceiros, como o Irã, Arábia Saudita e Canadá, mesmo que seja para importar quantidades menores e por prazo determinado. Já o plano B, seria a realização de ações junto às propriedades rurais para diminuir o uso dos insumos e, ainda assim, manter a produção.
A ministra anunciou ainda que um Plano Nacional de Fertilizantes vem sendo elaborado e que o novo programa deve ser anunciado até o dia 17 de março, contendo soluções para a adequação de leis, questões tributárias e licenças ambientais. Pontuou que a safra atual já foi plantada e os insumos utilizados. Para a próxima safra, em outubro, o setor privado confirmou que o “estoque de passagem” está assegurado.
Por fim, disse que a guerra na Ucrânia possibilitou que o país visse com mais atenção as fragilidades na produção interna e que é necessário tratar o assunto como segurança nacional e segurança alimentar. A ministra espera que “o bom senso e o equilíbrio prevaleçam e que essa guerra acabe rapidamente”.