Integrante da equipe de transição, Márcia Lopes afirma que reconstituir assistência social deve exigir ao menos R$ 2,7 bi
Poder 360 – O distanciamento do governo federal com os governos estaduais e municipais influenciou no declínio da rede de assistência social no Brasil, avalia a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes. Ela faz parte do grupo técnico da área, além da senadora Simone Tebet (MDB-MS), do deputado André Quintão (PT-MG), e da ex-ministra Tereza Campello.
Segundo Lopes afirmou ao jornal Folha de S.Paulo em entrevista publicada nesta quarta-feira (23), há “um diagnóstico arrasador do ponto de vista do aumento da pobreza e das desigualdades”. Disse ainda que será necessário um trabalho coordenado para restabelecer políticas sociais e para identificar famílias que precisam de auxílio governamental. Para isso, a ex-ministra estipula um orçamento de, “no mínimo”, R$ 2,7 bilhões.
Márcia afirmou que a prioridade da futura gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é combater a fome. No entanto, disse, já é preciso planejar políticas setoriais que conversem com o desenvolvimento do país, tais como transferência de renda, melhoria da alimentação escolar e retomada da produção de alimentos.
A integração de políticas, diz Márcia, possibilitará uma orientação a nível nacional, “construindo com os Estados e municípios”.
“O presidente [eleito] fala muito da participação dos conselhos, das conferências. É um novo pacto social. E conseguir o orçamento para assegurar a transferência é fundamental, por isso essa articulação no Congresso”, afirmou.
De acordo com a ex-ministra, é preciso R$ 2, 7 bilhões para restabelecer a rede de serviços de assistência social. Já para atualizar e ampliar a demanda de serviços como Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), serão necessários “em torno de R$ 6 bilhões”.
Sobre as atribuições do ministério da Cidadania falou que “acabou sendo uma máquina muito difusa”, e que “provavelmente não fica como está”.
“Eu pessoalmente não defendo que permaneça assim”, disse..