Resultado do IPCA no mês foi influenciado, sobretudo, pelos setores de combustíveis e alimentos; expectativa mediana do mercado apontava para queda mensal de 0,40%
CNN – O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) —que mede a inflação oficial do país–, registrou queda pelo segundo mês seguido em agosto, com queda de 0,36%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (9). Em julho, o índice havia recuado 0,68%.
No ano, a inflação acumulada é de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%.
A expectativa mediana do mercado apontava para queda mensal de 0,40% e para uma alta de 8,69% em comparação ao mesmo mês do ano passado.
O valor em 12 meses ainda fica bem acima do teto da meta da inflação para este ano, de 5%.
“Alguns fatores explicam a queda menor em relação a julho. Um deles é a retração menos intensa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido de 5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de ICMS”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
O especialista também cita a aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto. No mês anterior, os preços da gasolina, que é o item de maior peso no grupo, tinham caído 15,48% e, em agosto, a retração foi menor (-11,64%).
Combustíveis e alimentos ajudaram na queda
O resultado de agosto foi influenciado, sobretudo, pelos setores de combustíveis, que reflete as sucessivas quedas nos preços da gasolina anunciadas pela Petrobras, além da redução de tributos anunciados pelo governo, que também afeta os custos de energia elétrica e telefonia.
Com queda de 3,37%, o grupo dos transportes teve o maior impacto negativo em agosto, contribuindo com 0,72 ponto percentual (p.p.) sobre o índice geral. Essa queda foi influenciada principalmente pela retração de 10,82% nos preços dos combustíveis.
Os quatro combustíveis pesquisados tiveram deflação no mês: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). A gasolina, que tem maior impacto negativo sobre o índice geral, teve redução de R$ 0,18 por litro nas refinarias no mês passado.