CNN | Por trás das falas da ex-presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a ampliação de membros do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) — o chamado Banco dos Brics — está a intenção do governo brasileiro de incluir a Argentina como país associado.
Na cerimônia de abertura do encontro anual do banco, na terça-feira (30), Dilma, que assumiu a presidência do NBD em março, disse que “a expansão no número de membros do banco irá fortalecer a nossa base de capital“.
Fontes do governo afirmam que Dilma está preparando o terreno para tentar integrar a Argentina ao Banco dos Brics futuramente. A adesão seria uma prerrogativa para que o país vizinho conseguisse acesso aos financiamentos feitos pelo NBD, que são restritos aos seus associados.
Ainda que Dilma não tenha sido explícita sobre a entrada da Argentina e o assunto não tenha sido pautado na reunião, por encontrar resistências dentro do NBD, Haddad foi mais direto em seu discurso junto aos governadores do banco na terça-feira.
“Permita-me terminar com uma breve consideração sobre a questão da expansão de sócios. Acreditamos que esta iniciativa pode reforçar o papel global do banco e ampliar, de forma decisiva, seu portfólio de possibilidades de desenvolvimento sustentável. No Ministério da Fazenda, trabalhamos dia e noite para apoiar a Argentina. E acredito firmemente que o Novo Banco de Desenvolvimento é parte da solução”, disse o ministro.
O NBD foi fundado em 2014 e reunia, inicialmente, apenas os países do Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2021, Bangladesh, Emirados Árabes e Egito foram incluídos como membros. A adesão do Uruguai também foi aprovada e deve ser formalizada em breve.