Em uma zona industrial de Lviv, principal cidade do oeste da Ucrânia, os trabalhadores de uma cervejaria deixaram de fazer bebidas e agora produzem coquetéis molotov para serem usados contra o exército russo.
“Devemos esperar que o pano fique bem empapado. Quando chega ao ponto, o coquetel molotov já está pronto”, explica sorrindo um jovem empregado vestido com um casaco vermelho e um boné, enquanto empurra o pano até o fundo da garrafa, cheia com uma mistura de óleo e gasolina.
Ao mesmo tempo, ao seu lado, dois outros empregados repetem o mesmo gesto, em um ambiente descontraído.
Os coquetéis molotov que já estão prontos são colocados em cima de tábuas, para protegê-los dos flocos de neve que caem.
Diante do medo da chegada de tanques russos em Lviv, um reduto da identidade ucraniana, essas armas de rua parecem irrisórias, mas Iuri Zastavny leva sua fabricação muito a sério.
Fundada en 2014, Pravda é uma conhecida empresa na cidade, onde já deu o que falar após nomear Putin Huilo (um xingamento ao presidente russo) a uma de suas cervejas mais conhecidas.
No sábado (26), seus empregados começaram a fabricar coquetéis molotov, destinados à defesa territorial ucraniana. No mesmo dia, o presidente do país, Volodimir Zelenski, havia pedido resistência
Os postos de controle já estão muito bem equipados na entrada dessa cidade de 720 mil habitantes, onde policiais, militares e voluntários controlam rigorosamente a passagem de todos os veículos.
A cervejaria indicou em suas redes sociais, no domingo (27), que havia aberto suas lojas para que sirvam de abrigo subterrâneo em caso de alerta aéreo.
A previsão é que sigam fabricando coquetéis molotov. “Devemos fazer todo o possível para ajudar a ganhar essa guerra”, diz Zastavny.
Por: Folha de São Paulo