Naquele ano, 107 pessoas morreram em Recife depois da cheia de rios. Mas, na situação atual, ainda há 26 desaparecidos
Com 93 mortes confirmadas e ainda 26 pessoas desaparecidas, além de 6 mil desabrigados, a tragédia causada pela chuva em Pernambuco é a maior do estado desde 1975. Naquele ano, Recife passou por uma grande cheia que deixou 107 mortos e deixou a cidade submersa.
A tragédia desse ano ainda tem a possibilidade de ser ainda maior que a de 47 anos atrás por conta do número de desaparecidos.
Porém, a grande diferença, de acordo com o geógrafo e professor Osvaldo Girão, é a causa das mortes.
“Em 1975, muita gente morreu por problemas cardíacos, por contaminação de água e principalmente por afogamento”, analisa Girão.
Agora, segundo o especialista, mais da metade pode ter morrido por causa do movimento de morros e encostas.
O impacto das chuvas e dos deslizamentos poderia ter sido maior, de acordo com o historiador Leonardo Dantas.
“Essas chuvas teriam sido muito piores se, em 1979, não tivessem começado o programa de proteção dos morros. Se não tivesse feito isso, a situação do Recife seria pior que a de Petrópolis (no Rio de Janeiro). O (Rio) Capibaribe recebeu água, mas as barragens do Carpina e do Goitá seguraram. Estão transbordando, mas não romperam”, lembra Dantas.
O Instituto de Meteorologia (Inmet) emitiu, na segunda-feira (30/5), alertas vermelhos para outros dois estados, Alagoas e Sergipe. Também nesta segunda-feira, a Defesa Civil Nacional advertiu para o risco de chuvas intensas em 119 cidades dos estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe.