O pedetista afirmou que é preciso reformular o modelo político brasileiro
Na noite de ontem (23), o candidato à presidência do PDT, Ciro Gomes, afirmou que irá, se eleito, taxar grandes fortunas para poder custear “a sobrevivência digna” dos mais pobres. Ciro, em entrevista ao Jornal Nacional, explicou como será feita essa taxação.
“Vou pegar o BPC, Benefício Prestação Continuado, a aposentadoria rural, o seguro desemprego, e pegar todos os programas de transferência, especialmente o novo Bolsa Família que é o Auxílio Brasil, e transformar num direito previdenciário constitucional, ou seja, ninguém mais vai depender de político A, político B.”
Segundo o candidato, esse modelo seria custeado através da tributação de patrimônios acima dos R$ 20 milhões.
“Vou agregar um tributo sobre grandes fortunas. Apenas, então, somente, sobre os patrimônios superiores a R$ 20 milhões. Entenda bem, só 58 mil brasileiros têm um patrimônio superior a R$ 21 milhões, R$ 20 milhões, o que quer dizer o seguinte, que cada super rico no Brasil vai ajudar a financiar, com 50 centavos, apenas, de cada R$ 100 de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha de pobreza, ou seja, aqueles domicílios que as pessoas ganham R$ 417 ou menos por cabeça por mês.”
Ciro afirmou, também, que pretende governar a partir de plebiscitos, além de mudar a relação do presidente da República com o Congresso Nacional. Segundo ele, a eleição deste ano em um “plebiscito programático” para discutir o Brasil.
“Se a gente não chegar à conclusão de que este modelo é a certeza de uma crise eterna… Lula para cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, FHC e o PSDB nunca mais disputaram uma eleição nacional e Collor cassado, e Bolsonaro desmoralizado agora. Minha proposta é transformar minha eleição não num voto pessoal, mas num plebiscito programático. Para que a gente discuta ideias.”
Ciro ainda voltou a dizer que, se for eleito, não disputará um segundo mandato presidencial quatro anos depois. Segundo o pedetista, a reeleição acabou com a governança no país.
“O que destruiu a governança política brasileira é a reeleição. O presidente se coloca infenso, com medo do conflito porque quer agradar todo mundo para fazer a reeleição. O presidente se vende a esses grupos picaretas da política brasileira (…) porque tem medo de CPI e porque querem se reeleger.”