A relação com a queda da criminalidade é inevitável. Desde 2018, foram mais de 20 mil assassinatos a menos em um país que há décadas mantinha uma média anual de 60 mil homicídios
BSM – “Povo desarmado é povo escravizado”, repete o presidente Jair Bolsonaro toda vez que a pauta é armas nas mãos de cidadãos. Em três anos de governo, Bolsonaro flexibilizou o acesso à população, o que vem sendo visto como principal causa da redução de assassinatos no país.
Hoje o Brasil tem nada menos que 46 milhões de permissões para compra de armas por civis. Com cerca de 605,3 mil pessoas já armadas, o número já é maior que o total do efetivo de PMs no país, e de militares em serviço nas Forças Armadas, de acordo com um levantamento divulgado em matéria do jornal O Globo, feito pelo instituto Igarapé, financiado por grupos desarmamentistas.
Desde 2018, um ano antes da flexibilização promovida por Bolsonaro, o número de permissões de aquisição de armas foi 1.451% maior do que a comercialização consentida na época, quando haviam apenas 3 milhões de armas nas mãos de caçadores e atiradores civis.
Ainda segundo os dados do próprio instituto desarmamentista, as munições tiveram um salto ainda maior. A venda permitida atualmente é de 138,5 bilhões de unidades, 1.548% mais do que as 8,4 bilhões autorizadas naquele ano.
Diz a matéria:
Em dezembro de 2018, o Brasil tinha 203,8 mil registros ativos de caçadores e atiradores. Em março deste ano, o número foi para 956,7 mil, um aumento de 369%. O total de armas ativas nas mãos dessas categorias é de 792,3 mil unidades.
A relação com a queda dos assassinatos é inevitável. Em 2018, o Brasil registrou 48.965 homicídios dolosos, em 2021, o número caiu para 23.204, de acordo com matéria recente do BSM. Há mais de 10 anos o Brasil não baixava de 50 mil assassinatos por ano.
Mas o que é visto como motivo de comemoração pela maioria da população, baseado na percepção de que além da queda de morts isso também representa avanços na liberdade de cidadãos, a mudança é vista com preocupação por jornais e entidades ligadas à pauta desarmamentista.
Militantes do instituto Igarapé acreditam que a situação representa um “alerta” para o aumento da violência, o que não encontra eco nos dados sobre a criminalidade nos últimos 3 anos.
De acordo com o cientista político e diretor do BSM, Silvio Grimaldo, o avanço tem proporções civilizacionais, ao contrário do que indicam os jornais ligados a ONGs ativistas.
“O que o Globo não entende é que um país civilizado tem que ter mesmo mais armas nas mãos da população do que nas mãos do estado”, diz Grimaldo.
Uma das preocupações expressas pelo jornal é a proporção “eleitoral” que isso vem ganhando. A matéria do Globo salienta o pioneirismo da eleição atual, sendo a primeira a colocar a questão da legítima defesa como uma questão relevante e de mobilização. A entidade consultada pelo Globo ressalta o ganho financeiro da indústria bélica e não vê a legítima defesa como um direito, mas como ameaça.
O Igarapé é um instituto ligado ao bilionário progressista George Soros, que entre outras coisas defende a legalização de todas as drogas, o desarmamento, e apoia políticas ligadas à defesa de criminosos como a “audiência de custódia”.