Estadão | A família do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), ocupa 20 cargos no governo do Estado em vagas estratégicas e em órgãos de controle, ao custo de quase meio milhão de reais por mês em salários. Os familiares e cônjuges foram nomeados ao longo das últimas décadas e têm se mantido nos cargos até hoje. As indicações estão pulverizadas no Tribunal de Justiça do Pará, no Ministério Público de Contas dos Municípios, no Tribunal de Contas dos Municípios e na Corte de Contas do Estado (TCE-PA).
Seguindo uma prática arraigada no Brasil, a família Barbalho domina política do Pará há décadas. O avô do governador, Laércio Barbalho, foi deputado estadual e diretor da Imprensa Oficial do Estado. O senador Jader Barbalho, pai de Helder, foi governador do Pará por dois mandatos. Ao longo dos anos, parentes dos lados da mãe e do pai de Helder Barbalho foram ocupando e se mantendo em cargos públicos nos quais recebem pelo menos R$ 486 mil em remunerações.
Desde janeiro, quando Helder assumiu o segundo mandato, dois familiares alcançaram postos importantes no Estado. Em março, a própria mulher, a advogada Daniela Lima Barbalho, foi eleita conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA), que é responsável por julgar as finanças do governo do marido dela. Na semana passada, o governador nomeou o primo Alex Pinheiro Centeno para um cargo no Tribunal de Justiça do Estado. O valor de quase meio milhão de reais por mês não inclui os vencimentos dele, que ainda não assumiu o cargo, mas vai ter salário base de R$ 37,6 mil por mês.
Helder Barbalho é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O irmão dele, Jader Filho (MDB), é ministro das Cidades na atual gestão federal. O governador tem crescido nas bolsas de apostas para ser o candidato a vice da chapa petista nas eleições de 2026, como revelou a Coluna do Estadão. Um dos acenos do governo petista ao governador foi a escolha da capital Belém como sede da COP-30 e dos fóruns Diálogos Amazônicos e Cúpula Amazônica.