Mudanças no Código de Disciplina precisam ser aprovadas pelos dez países da entidade
Globo Esporte – A Conmebol propôs uma reforma em seu Código de Disciplina para aumentar o rigor com casos de racismo em suas competições. Só nas últimas semanas foram pelo menos cinco episódios na Libertadores, todos com torcedores de times brasileiros como vítimas.
A multa mínima aplicada aos clubes passaria para US$ 100 mil (R$ 500 mil), em vez dos atuais US$ 30 mil (R$ 150 mil). Além disso, a punição poderá incluir um ou mais jogos com portões fechados – ou com setores do estádio fechados. Esta última pena não faz parte da versão atual do código.
Esta foi a resposta da Conmebol aos seguidos casos de racismo registrados nas arquibancadas sul-americanas. Só nas últimas semanas houve atos racistas da torcida do River Plate contra a do Fortaleza, do Emelec contra o Palmeiras, do Boca Juniors contra o Corinthians, do Estudiantes contra o Bragantino e da Universidad Católica contra o Flamengo. A confederação havia prometido punições mais duras.
Na Argentina, a Justiça anunciou esta semana punições para os torcedores de River e Boca envolvidos nos casos de racismo. Gustavo Sebastián Gómez, torcedor do River que arremessou bananas em direção à torcida do Fortaleza, não poderá frequentar jogos na capital argentina por quatro anos. Já o torcedor do Boca Leandro Germán Ponzo, que imitou um macaco em direção à torcida do Corinthians no jogo entre as duas equipes na Neo Química Arena, está proibido de ir aos estádios de Buenos Aires por dois anos.
A proposta de mais rigor para as punições foi enviada para as dez associações nacionais de futebol nesta semana. Elas têm até a próxima segunda-feira, dia 9, para responder se concordam ou discordam do que foi proposto. Para ter efeito, a mudança precisa ser aprovada por todos os países que formam a Conmebol.
Até a publicação desta reportagem, três associações já haviam votado – todas favoravelmente – mas a CBF ainda não havia se posicionado formalmente.
Justamente por isso causou surpresa na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, o fato de o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ter falado publicamente que espera punições mais duras por parte da Conmebol.
Em entrevista ao ge, o presidente da CBF declarou:
– O clube precisa sofrer uma punição esportiva. Quero que o time do torcedor identificado cometendo um ato racista perca pelo menos um ponto na tabela do campeonato. Só assim acredito que vamos pacificar os estádios.