Livro Branco da Defesa do país aponta que Coreia do Norte aumentou o estoque do elemento químico para 70 kg
O Globo – A Coreia do Sul estima que os vizinhos norte-coreanos tenham cerca de 70 kg de plutônio disponíveis para a construção de bombas atômicas — 20 kg a mais desde a última análise. As informações foram disponibilizadas pelo governo, nesta quinta-feira, no Livro Branco da Defesa, com o balanço de 2022. De acordo a Yonhap, principal agência de notícias do país, o documento detalha que são necessários cerca de seis kg para gerar uma unidade do explosivo nuclear, o que totalizaria mais de 11 dispositivos.
No relatório, o Ministério da Defesa sul-coreano também voltou a se referir à Coreia do Norte como um rival declarado. Esta é a primeira vez, em seis anos, que o outro lado da fronteira foi classificado desta forma. “Como a Coreia do Norte continua a representar ameaças militares sem desistir de armas nucleares, seu regime e militares, que são os principais agentes da execução, são nossos inimigos”, descreve o relatório.
Em 1995, a Coreia do Sul também chamou os militares do Norte de “inimigos” no Livro Branco, depois que um oficial de Pyongyang ameaçou transformar Seul em “mar de chamas”. Nove anos depois, na edição de 2004, a palavra foi substituída, em clima de conciliação, pela expressão “ameaça militar direta”. Em 2010, a pasta novamente usou o termo, quando 46 marinheiros foram mortos em uma ataque a um navio de guerra, e assim se manteve até 2016.
A Coreia do Norte deixou de ser tratada como uma nação inimiga nas documentações de defesa de 2018 e 2020, quando o ex-presidente sul-coreano Moon Jae-in estava à frente do poder. Além das mudanças na maneira de se referir ao outro lado, a versão do ano passado utilizou ainda a descrição “vizinho próximo” para se referir ao Japão.