Elizamar e crianças sumiram no dia 12 de janeiro no DF; corpos dos quatro foram encontrados em Cristalina no dia seguinte. Ao todo, dez pessoas da mesma família desapareceram.
G1 – A polícia científica confirmou que os corpos encontrados carbonizados em Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, são da cabeleireira que estava desaparecida e seus três filhos – entenda a investigação abaixo. Segundo a corporação, as vítimas identificadas são:
- Elizamar, de 39 anos;
- os gêmeos Rafael e Rafaela, de 6 anos;
- Gabriel, de 7 anos.
Elizamar estava desaparecida desde o dia 12 de janeiro. Ela era dona de um salão de beleza na Asa Norte. No dia seguinte, o carro dela foi encontrado com os quatro corpos carbonizados. Um suspeito preso disse que as vítimas foram sufocadas.
Segundo a polícia, para serem identificados, foram feitos exames de DNA e exame de ossada. Para isso, o superintendente adjunto da Polícia Científica, Ricardo Mattos, explicou que o material genético da família dos desaparecidos foi coletado na unidade em Luziânia.
Além dos quatro corpos identificados, outros três foram encontrados queimados. No sábado (14), um carro foi encontrado com dois corpos, em Unaí, Minas Gerais. Já na quarta-feira (18), foi encontrado um sétimo cadáver. Como informado pelo g1 DF, a Polícia Civil explicou que o corpo é “de um homem adulto e estava enterrado “com sinais de esquartejamento” – com a cabeça separada do corpo”.
Desaparecimento de família
Elizamar da Silva, de 39 anos, era dona de um salão de beleza na Asa Norte. O caso começou a ser investigado depois que ela e seus três filhos desapareceram. O carro dela foi encontrado carbonizado com quatro corpos dentro, próximo a Cristalina (GO), no Entorno do DF, na sexta-feira (13).
Também na sexta, o marido de Elizamar, Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, desapareceu com a irmã, o pai e a mãe. O carro do sogro da cabeleireira foi encontrado no sábado (14), em Unaí (MG), também carbonizado. Dentro do veículo havia outros dois corpos. As cidades onde os carros foram encontrados ficam a cerca de 120 km de distância uma da outra.
As pessoas que desapareceram são:
- Elizamar Silva, de 39 anos: morte confirmada;
- Gabriel, de 7 anos, filho de Elizamar: morte confirmada;
- Rafael, de 6 anos, filho de Elizamar: morte confirmada;
- Rafaela, de 6 anos, filha de Elizamar: morte confirmada;
- Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, marido de Elizamar;
- Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, pai de Thiago e sogro de Elizamar;
- Renata Juliene Belchior, de 52 anos, mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
- Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos, irmã de Thiago e cunhada de Elizamar.
Segundo informado pelo g1 DF, a Polícia Civil divulgou as identidades de mais duas pessoas incluídas na lista de desaparecidos envolvidos no caso:
- Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro de Elizamar.
- Ana Beatriz Marques de Oliveira, que é filha de Claudia Regina com Marcos
Segundo a polícia, elas também seriam uma “segunda família” de Marcos.
Prisões e investigação
Três suspeitos de envolvimento no crime foram presos. Um deles seria responsável por vigiar as vítimas, que foram mantidas em um cativeiro: Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Gideon Batista de Menezes, e Fabrício Silva Canhedo
Segundo a polícia, um deles confessou que os assassinatos foram encomendados por Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, marido da cabeleireira Elizamar Silva, e pelo pai dele, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro de Elizamar. Os dois não foram encontrados.
Conforme informado pelo g1 DF, Horácio também disse no depoimento que Thiago, Marcos Antônio e a “segunda família dele” – Cláudia e Ana Beatriz – teriam ido embora de Brasília depois da chacina.
“Elas teriam saído do DF pra viver uma nova vida”, conta o delegado Ricardo Viana, ao g1 DF.
O caso é investigado pelas polícias de Goiás, de Minas Gerais e do Distrito Federal e existem duas linhas de apuração, segundo informações do delegado ao g1 DF: a que Marcos Antônio e Thiago terem sido os mandantes ou a que são vítimas.
“Essas duas linhas de investigação estão muito presentes pra gente agora nesse momento. Qual seja, apurar coautoria dos quatro que não foram encontrados […] e a segunda vertente é verificar se essas quatro pessoas não foram mortas por esse trio preso”, diz o delegado.
A suspeita da polícia é que o crime tenha sido motivado por dinheiro. Isso, porque assim como informado pelo g1 DF, Elizamar tinha uma quantia guardada em uma conta bancária e a mãe de Thiago, Renata Juliene Belchior, tinha R$ 400 mil que vieram da venda de uma casa.
Durante a investigação, a polícia encontrou R$ 14 mil em espécie na casa de Gideon Batista, que é um dos suspeitos presos. Já na conta bancária de Horácio Carlos, também preso, foi encontrado R$ 40 mil.